O IBGE divulgou, na última semana de julho os dados da Pnad Contínua Trimestral, que trata dos números da força de trabalho brasileira, desmembrados por unidades da federação, referente ao primeiro trimestre de 2022. A taxa de desocupação (desemprego) da força de trabalho acreana abriu o ano em 14,8%. A taxa subiu 1,6 pontos percentuais (p.p.) em relação ao último trimestre de 2021 (13,2%).
Conforme pode ser observado no gráfico acima, o Acre tinha 51 mil pessoas desempregadas no final de 2021 e agora são 56 mil. Em um cenário de crescimento contínuo da população total, verificou-se uma queda da população na força de trabalho (381 mil para 377 mil) o que preocupa. É importante ressaltar que a taxa de desemprego é medida pelo número de pessoas que não conseguiram emprego dentre o número de pessoas na força de trabalho, ou seja, a população com mais de 14 anos que quer trabalhar.
A taxa de desemprego do Acre, conforme pode ser observada no gráfico abaixo, sempre aparece acima da taxa brasileira. Em 2021, no primeiro trimestre, a taxa Brasil foi de 14,9%, enquanto a taxa do Acre foi de 18,0%. No mesmo período de 2022, a taxa média brasileira caiu para 11,1% enquanto a acreana subiu para 14,8%, ou seja, 3,7% acima da taxa Brasil.
Aumento na informalidade e queda dos desalentados
Com o desemprego em alta, observou-se uma pequena queda na taxa de informalidade da população empregada, que saiu de 157 mil (47,4%) para 152 mil (47,2%) do último trimestre de 2021 para o primeiro de 2022. O Setor informal é constituído pelos empregados sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), pelos sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) e pelos trabalhadores sem remuneração. A taxa de informalidade do Acre é bem mais elevada que a do Brasil, que foi de 40,1% da população ocupada.
O número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado) ficou estável entre o 4° trimestre de 2021 e o primeiro de 2022. São 34 mil pessoas nessa condição, correspondendo a 9% das pessoas na força de trabalho.
No Brasil a taxa ficou em 3,5%.
Emprego por setores da economia – Somente os empregos públicos subiram no primeiro trimestre de 2022
Como pode ser observado no gráfico abaixo, na comparação do 4º trimestre de 2021 para o primeiro de 2022, somente o setor das pessoas que trabalham na administração pública aumentou o número de ocupação, saindo de 81 para 87 mil pessoas empregadas. Todos os demais perderam ocupações no período. Em termos absolutos, as maiores quedas vieram da Agropecuária e dos Serviços (sem serviços públicos), ambos com perdas de 5 mil ocupações de um trimestre para o outro.
Apesar do aumento no desemprego, verificou-se no período um pequeno crescimento do rendimento médio mensal (2,9%) e por consequência da massa salarial (0,40%). O rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebidos por mês, pelas pessoas ocupadas, com rendimento de trabalho, saiu de R$ 2.214,00 para R$ 2.450,00 e a Massa Salarial saiu de R$ 708 para R$ 756 milhões.
O IBGE apurou um aumento na taxa de desemprego no início de 2022. São 56 mil desempregados, 34 mil desalentados e 152 mil dos que são considerados ocupados estão na informalidade. Estamos diante da expectativa de desaceleração do crescimento da economia no segundo semestre do ano e em 2023, situação que pode ser desfavorável para a recuperação dos empregos. Outro impacto na taxa será quando os 34 mil desalentados que estão fora da força de trabalho (9% da força de trabalho), começarem a procurar emprego.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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