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Principais nomes das eleições 2022 no Acre travam guerra dentro de seus grupos políticos

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A poucos dias das convenções partidárias visando a oficialização das candidaturas das eleições 2022 no Acre, conflitos internos que pareciam superados ganham capítulos nunca vistos tanto na oposição como na situação. Num período não muito distante, confusões e intrigas pelo poder eram os principais combustíveis da antiga oposição que atualmente comanda o Palácio Rio Branco.
Inclusive, historicamente, este mesmo grupo liderado pelo governador Gladson Cameli, que está rachado, foi apelidado como “Balaio de Gatos”, que é uma expressão usada para definir um local bagunçado, onde predomina uma verdadeira desordem. Sem poder, esse grupo já era bagunçado, mas com poder, a desordem tomou de conta com as saídas das principais lideranças que ajudaram Cameli a subir as escadarias do Palácio.


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O senador Sérgio Petecão (PSD), o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (MDB), o deputado federal Flaviano Melo (MDB), o vice-governador Major Rocha (MDB) e o agora senador licenciado Márcio Bittar, último a desembarcar do navio que chegou ao poder, querem de todas as formas inviabilizar a reeleição de Cameli. Cada um com os seus motivos e interesses pessoais, mas todos com a mesma desculpa: “fomos enganados”.


Partindo desse princípio, o último combate mais arisco desse grupo foi sobre a escolha do pré-candidato a vice, que semanas atrás foi dado como certo o nome de Márcia Bittar, ex-esposa de Márcio. Eventos foram realizados, fotos e vídeos foram registrados, mas o mesmo grupo interno próximo ao governador não admitia que um membro da família Bittar comandasse o Acre, já que tudo indica que se Cameli vencesse, teria que renunciar ao governo em determinando momento para disputar o senado federal em 2026.


A campanha contra Márcia foi pesada. Todos os setores do governo se posicionaram. Não tinha jeito, o objetivo era fritá-la o suficiente para que o chefe do poder executivo tivesse coragem e argumentos para se livrar dela e isso acabou ocorrendo quando o homem da caneta azul resolver declarar ao jornalista Luis Carlos Moreira Jorge, do Blog do Crica, que Márcia não seria mais sua vice. Foi uma bomba, porém anunciada há muito tempo. Todos sabiam que esse artefato explodiria, mas não tinham ideia nem do dia e muito menos da hora.


Para não perder o controle de uma situação já complicada, Cameli resolveu tirar um coelho da cartola e fechar o deputado federal Alan Rick (UB) para ser seu vice. Essa era a desculpa principal que Márcio Bittar esperava: alegar traição de Cameli e agora de Alan Rick. O senador pretende entregar todos os carros que detêm no poder executivo e estuda a possibilidade de ser candidato ao governo para ser mais uma força política contra o atual chefe do Palácio e obrigar a Alan Rick a sair da chapa majoritária. Se consegue esse feito? Essa é uma história que deve ser escrita nos próximos dias com ar de mistério e reviravoltas dignas de “House Of Cards”. O fato é que não tem santo nesta história.


Mas as contendas e intrigas não estão somente do lado “conservador e de direita”, do lado da esquerda o “pau canta”, mas de maneira moderada. Teoricamente, mais organizados, eles evitam “barraco em praça pública”, mas os últimos acontecimentos edificam um racha que remetem inicialmente às eleições de 2020, quando a então prefeita de Rio Branco, Socorro Neri, atualmente pré-candidata a deputada federal pelo PP, partido do governador Gladson, resolveu chutar PT e PCdoB, da chapa majoritária que disputava a reeleição.


Apesar de na época contar com o apoio isolado de Cameli, Neri não foi capaz de vencer o atual prefeito Tião Bocalom nas urnas. Mesmo assim, com Neri perdendo, quem vinha pagando o preço pela decisão dela foi o deputado Jenilson Leite (PSB), que ficou no mesmo palanque dela e de Gladson na eleição municipal. Petistas e comunistas jamais aceitaram essa postura do PSB, principalmente pela sigla ter sido um aliado histórico da extinta Frente Popular, grupo político que comandou o Acre por 20 anos e a capital por 16 anos.


Independente do preço que se pagasse, o deputado Jenilson Leite resolveu nos últimos anos focar em ser candidato majoritário, andou por todo o Estado e construiu um plano de governo feito por várias mãos e com boas ideias, mas nunca foi abraçado de fato pelo PT e demais partidos, mais precisamente, nunca foi abraçado por Jorge Viana. Jenilson sempre foi tratado como um produto descartável e ficou evidenciado várias vezes que seria refém das vontades dos cardeais petistas, mas também, é necessário registrar, nunca foi enganado.


Ele não aceitou essa história de indecisão de Jorge Viana para ser candidato ao governo ou senado e empurrar a decisão para o final das convenções. Leite resolveu afrontar o “sistema” posto, deixando a pré-candidatura ao governo e indo numa jogada desesperada para a disputa de senado, já que Alan Rick pode ser o vice de Gladson.


Com isso, Viana pode perder votos para Jenilson. Não ser derrotado, mas numa campanha acirrada, 10 mil, 20 mil votos ou até 50 mil votos fazem a diferença para quem quer ficar em Brasília pelos próximos 8 anos.


É necessário citar, que se petistas e comunistas já eram desconfiados com Leite, ficaram ainda agora com o seu movimento “à lá Socorro Neri”. Resta saber se ainda haverá clima para reverter tal situação ou se a “fama” de traidor, incoerente, individualista e inconsistente que deverá ser tachado de vez por petistas e companhia LTDA. Como eu disse lá em cima, não existe santo nesta história.

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