O Acre não apresentou a mesma tendência de aumento no volume de vendas do comércio varejista, que cresceu 0,1% em maio segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o assessor da presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio-AC), Egídio Garó, o Estado restringiu o volume de vendas do varejo restrito em -1,6%, e a receita nominal, em -1,3%, quando comparado ao mês anterior.
Em maio, o volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 0,1%, ainda segundo o IBGE; o crescimento foi o quinto seguido, mas abaixo da expectativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projetava alta de 0,4% para o mês.
De acordo com Garó, o acumulado no ano e comparado ao mesmo período de 2021, é 3,7% de crescimento, além de 13,7% na receita nominal de vendas. “O mesmo se pode observar no varejo ampliado, que considera materiais de construção e veículos, retroagindo -2,2% no volume de vendas e -1,4% na receita nominal de vendas do que foi atingido no mês anterior. Com relação ao acumulado no ano, o volume de vendas no varejo ampliado foi de 0,8% e a receita nominal de vendas, também no varejo ampliado, de 12,1%”, disse.
Garó explicou também que os dados indicaram que a atividade varejista ao longo do mês de maio apresentou retração, mesmo considerando uma das datas mais importantes do comércio, que é o Dia das Mães. “Independentemente dos resultados obtidos no mês de maio, o comércio mantém uma expectativa positiva de crescimento e aceleração da atividade econômica ao longo do segundo semestre do ano”, afirmou.
Apesar da desaceleração, as estimativas da entidade para o setor são positivas no curto prazo, o que levou à revisão da previsão de variação do volume de vendas no varejo em 2022 de +1,7% para +2,0%. De acordo com análise da CNC, caso aprovada, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 1/2022 poderá representar um incremento de R$ 16,3 bilhões no comércio varejista. A previsão é que os ramos de hiper, super e minimercados (R$ 5,53 bilhões); combustíveis e lubrificantes (R$ 3,03 bilhões) e as lojas de tecidos, vestuário e calçados (R$ 2,32 bilhões) sejam os mais beneficiados pela aprovação total da PEC.
A medida, que, entre outros benefícios, pretende aumentar em 50% o valor do Auxílio Brasil e ampliar em 1,6 milhão o número de famílias atendidas pelo programa, tende a disponibilizar novos recursos para o consumo, segundo a avaliação do presidente da CNC, José Roberto Tadros. “Se, por um lado, essas iniciativas prolongam pressões inflacionárias; por outro, no curto prazo, ajudam a recompor a renda das famílias, dando fôlego às vendas no varejo”, avaliou.
O projeto, que deve custar cerca de R$ 41,2 bilhões aos cofres públicos, também apresenta potenciais efeitos reversos. É o que lembra o economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes. “Essa movimentação pode provocar impacto negativo sobre as vendas no médio prazo, especialmente em decorrência do prolongamento do aperto monetário”, afirmou.
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