EDITORIAL: O jogo da mentira

A cada eleição o eleitor se surpreende mais com a ousadia dos políticos. A cada pleito, os candidatos ficam mais profissionais e ampliam as estratégias para enganar o eleitor.

Tudo pelo poder e o povo que se exploda.

Há um ano o governador Gladson Cameli faz um jogo de palavras usando nomes de fiéis aliados. Faz juras de amor e promete até em nome de Deus que fala a verdade. Mas dias depois ele mesmo se desmente, quando aparece um novo ungido.

Semanas atrás, o eleitor, aliados e até adversários foram surpreendidos com o anúncio do nome da professora Márcia Bittar para compor sua chapa como vice. Do nada ele esqueceu que já havia dito publicamente, mais de uma dezena de vezes, que Alysson era o seu preferido. Depois, se arrependeu e eloquentemente anunciou a promoção de Rômulo Grandidier como o manda-chuva de seu governo e ideal para ser seu novo vice.

E nesse jogo de puxa-encolhe reputações vão sendo jogadas ao léu, amizades vão se desfazendo e a mentira vai se tornando verdade. Não são os veículos de comunicação que mentem. São eles.

Não menos ‘blefeiro’ é o ex-senador Jorge Viana, que hora é candidato a governador, dia depois a senador… E do jeito que vai pode até se declarar concorrente ao cargo de Papa.

E por que Jorge blefa?

Blefa porque vê o tempo de definição chegando ao fim e não tem nenhuma estratégia para surpreender os adversários.

Blefa porque sabe que está num beco sem saída. Sabe que precisa de alianças, de aliados e isso não se encontra em qualquer esquina. Ainda mais quando os anos nos mostram que nem tudo que reluz é ouro.

Esse contragolpe do PT em anunciar a candidatura de Jorge Viana é um dos blefes mais bem planejado a sete chaves dentro da aconchegante Casa do Ipê. Esse golpe foi ensaiado semanas atrás, mas Marcos Alexandre não topou.

Jorge não é candidato a governador. É candidato a senador por exigência do Lula. Com esse anúncio, ele quer ganhar tempo para o PT poder digerir a candidatura de Jenilson Leite ao governo.

Senhores, vamos ao game com seriedade. O eleitor é o julgador.