Apelidada de Amacro, a região que fica entre o Amazonas, o Acre e Rondônia sofreu um salto de 28,8% no desmatamento em 2021, em relação a 2020, segundo os números que constam no Relatório Anual de Desmatamento (RAD), lançado nesta semana pelo projeto MapBiomas.
Considerada a nova fronteira do desmatamento na Amazônia, a Amacro reúne mais de 30 municípios dos três estados e responde por 12% do desmatamento do país, se juntando a localidades que chamam atenção há mais tempo, como Altamira, Novo Progresso e São Félix do Xingu, no estado do Pará.
De acordo com estudos repercutidos por organismos ligados à defesa da Amazônia, a maior parte do desmatamento ocorrido neste novo “epicentro da destruição ambiental” se concentra em florestas públicas não destinadas, áreas privadas e assentamentos da reforma agrária.
“É preciso resolver urgentemente a falta de governança sobre terras públicas na Amazônia antes que mais desmatamento, invasões e outros crimes sejam consolidados e politicamente tolerados. Não é só ausência de controle, é uma autorização para que tudo siga como está”, afirma Afonso Chagas, do Departamento de Ciências Sociais na Universidade Federal de Rondônia.
Rebatizada de “Zona de Desenvolvimento Sustentável Abunã-Madeira”, a região possui, em seus 454 mil km², 35 abatedouros e 8 milhões de bois – quase cinco vezes o 1,7 milhão de pessoas que lá vivem, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), divulgado em dezembro do ano passado.
A análise feita sobre dados brutos disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE – mostra que a região responde por grande parte da derrubada de florestas nos três estados. Nos últimos cinco anos, a Amacro foi responsável por 77% do desmatamento ocorrido em Rondônia, 63% no Acre e 82% no Amazonas.
De acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), cinco dos dez municípios que mais desmataram a Amazônia em agosto de 2021 estão na Amacro. São eles: Sena Madureira e Feijó, no Acre; Porto Velho, em Rondônia; e Lábrea e Boca do Acre, no Amazonas.
No relatório do MapBiomas, lançado na última segunda-feira (18), Feijó, Sena Madureira e Tarauacá aparecem entre os 50 municípios brasileiros que mais desmataram em 2021. “Esta região tem sido o centro do desmatamento no Acre nos últimos 5 anos”, diz a professora Sonaira Silva.
A pesquisadora faz parte de um grupo de especialistas que atuam no Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGAMA) do Campus Floresta em Cruzeiro do Sul da Universidade Federal de Acre (UFAC). “E o descontrole sobre o território está evidente”, ela complementa.
Por outro lado, para o idealizador da Amacro, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Acre (FAEAC), Assuero Doca Veronez, a floresta em pé não dá dinheiro. Em 2020, em entrevista ao site ambiental O Eco, ele disse que a questão ambiental é muito limitadora no que diz respeito à chegada de investimentos para o estado.
“Desmatamento, para nós, é sinônimo de progresso, por mais que isso possa chocar as pessoas. O Acre não tem minério, não tem potencial turístico, o que tem são as melhores terras do Brasil. Só que esta terra tem um problema, uma floresta em cima. A criação de uma zona geográfica especial de desenvolvimento cria atenção do investidor”, afirmou.
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