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Falta de remédio para tratamento de câncer leva pacientes e pais de crianças ao desespero

O diagnóstico de câncer nunca é fácil e se torna mais complicado quando é em uma criança, como é o caso da Raylane, de apenas 13 anos, moradora do Alto Alegre e que faz tratamento contra leucemia.


Além do tratamento demorado contra a doença, uma outra realidade dos pacientes do Hospital do Câncer no Acre (Unacon) é ainda mais preocupante. A falta de remédios que são essenciais para a luta pela vida é algo comum.


A mãe de Raylane, Paula Mirtes e outros pacientes relatam a falta de medicamentos como o Mercaptopurina Purinethol, usado para o tratamento da leucemia.


“A última vez que recebi esse medicamento foi em fevereiro quando recebi três caixas da medicação. A quantidade é suficiente para pouco mais de um mês, já que a Raylane toma duas pílulas por noite por indicação médica”, afirma.


Um outro problema é que o medicamento não existe para vender no Acre. Para garantir que a filha não regrida no tratamento, a mãe, de poucas condições financeiras, se vira como pode para comprar de São Paulo o remédio que custa R$ 170 reais a caixa.


“Eu faço PIX premiado, eu peço ajuda de quem eu conheço. Essa semana mesmo já tive que comprar duas caixas. O último remédio que recebi no Unacon foi o Vesanoid que estava em falta desde o ano passado”, explica.


O ac24horas procurou a direção do Hospital do Câncer no Acre. A diretora geral do local, Kelcineia de Souza, apresentou comprovantes que a última vez que o medicamento foi entregue à pacientes foi em maio deste ano. De acordo com ela, os processos licitatórios estão fracassando.


“Nós já estamos no terceiro processo licitatório que resulta em fracasso por falta de interesse das empresas. Felizmente, conseguimos uma compra emergencial que está na PGE e recebemos a garantia da secretária adjunta Muana Araújo de que iria falar com o pessoal da Procuradoria para agilizar o processo. Tentamos conseguir emprestado em outros hospitais para repor quando o nosso medicamento chegasse, mas não conseguimos”, aponta.


De acordo com as expectativas para a compra emergencial, o medicamento deve chegar ao Acre entre um mês e 45 dias.


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