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O que os políticos apresentarão como resposta às dificuldades e desafios do Acre nessa eleição?

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Nesses dias que antecedem as convenções partidárias, o noticiário político aqui do ac24horas tem anunciado voltas e reviravoltas quase diárias nos acordos para formação de chapas para a eleição de outubro, numa dança que entusiasma comentaristas, estressa dirigentes e entedia a maior parte da população, aquela que está por aí correndo atrás da sobrevivência diária.


Afinal, Jorge Viana vai disputar o governo ou o Senado? Gladson e Bittar terão Mailza de senadora ou irão de Alan Rick? Jéssica Sales será candidata ou vai cuidar da saúde? Por que Petecão não decolou? Essas são perguntas que estão na cabeça dos políticos de um extremo ao outro do estado. O que ninguém parece estar com tempo e disposição para responder é sobre as dificuldades e desafios que o próximo governo irá enfrentar.

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E eles são muitos. Em excelente texto publicado em sua coluna aqui na semana passada, o professor Orlando Sabino chamou atenção para o escandaloso fato que, segundo critérios da FGV Social, com base nos dados da PNAD Contínua/IBGE, quase metade da população do Acre, 45,5%, está na pobreza, ou seja, vivendo com o básico, no limite entre a baixa dignidade e a indignidade da fome. Ainda que se deva olhar com certa desconfiança para indicadores que trabalham com medianas e nivelam realidades distintas num país de tantos contrastes como o nosso, é um dado a ser levado a sério. Aliás, se o número não lhe diz muita coisa então preste atenção no tanto de novas pessoas que têm comparecido aos sinais de trânsito em busca de solidariedade e alguma coisa para comer. Ou no quanto de novas histórias de fome e desesperança a imprensa tem noticiado diariamente.


A morte de doze crianças por síndrome respiratória aguda grave, o retorno da covid a números preocupantes, as imensas filas de cirurgias eletivas na FUNDHACRE, com pacientes esperando há vários anos, são alguns dos problemas que revelam o imenso desafio na saúde. O avanço assustador do desmatamento é outro. Conforme divulgado pelo LabGama da UFAC há poucos dias, mais de 19 mil hectares de floresta entraram em alerta de desmatamento no período de janeiro a junho deste ano. A incomoda posição do estado na condição de líder de feminicídios no país. A crescente população de idosos que precisa de cuidados de saúde, amparo social e opções de lazer e entretenimento. Os jovens em sua legítima ansiedade por melhor escolarização, maior qualificação e acesso a empregos dignos. Ou o que fazer para tirar o Acre da desonrosa posição de último lugar no ranking de transparência pública? A calamitosa situação da BR-364 rumo a Cruzeiro Sul e o desassossego dos produtores rurais clamando por assistência técnica, mecanização e ramais razoáveis – são algumas das questões que estão na ordem do dia das urgências públicas.


São problemas à espera de respostas inteligentes e realizáveis. O que a política vai apontar de horizonte, direção e caminho a ser percorrido é o que se espera das lideranças do estado, transvestidas de candidatos e candidatas já daqui há alguns dias. O fato é que o tempo é curto e equivale à urgência de quem passa fome. O dinheiro disponível para investimento está cada vez mais limitado. A estrutura de governo envelhece rapidamente. A previsão é que já em 2023 o déficit previdenciário chegue aos R$ 890 milhões. Ou seja, o Acre não tem tempo a perder. As coisas têm que acontecer no ritmo do “tudo ao mesmo tempo agora”.


Mais que de acordos de cúpulas e arranjos de ocasião nossa realidade demanda respostas concretas a problemas que a cada dia vão se tornando maiores. Quem será a liderança capaz de traduzir problema em desafio e dificuldade em solução eficaz? O jogo está sendo jogado. Esperemos para ver o que os partidos e suas convenções nos oferecerão de alternativas. A resposta final será sua, eleitor, no dia dois de outubro.



Por Irailton Lima (twitter @irailton_ac)


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