O Ministério do Trabalho e Previdência, através da Coordenação-Geral de Estudos e Estatísticas do Trabalho publica a cada mês os dados sobre a geração de empregos com carteira assinada no Brasil (CAGED), com dados disponibilizados por estados e municípios. No artigo de hoje vamos destacar os números do Acre, descendo para analisar, inclusive, os dados por regionais destacando alguns municípios no cenário dos chamados empregos formais da economia. Os dados são referentes aos anos de 2020, 2021 e até maio de 2022. É importante destacar que estão contidos os empregos públicos, aqueles gerados pela união, pelos estados e pelos municípios.
Na tabela abaixo destacamos os dados globais para o Acre, destacando o estoque dos empregos no início e no final década ano (o número total de empregos com carteira assinada), o saldo dos empregos gerados no ano (número de empregos gerados no ano) e o número total da população estimado pelo IBGE. Pelos números, vemos que é crescente o número dos empregos gerados em cada ano: foram 2.285 em 2020 (ano do início da pandemia), 7.798 em 2021 e 3.205, gerados até maio do ano de 2022.
No gráfico abaixo, destacamos qual o efeito dessa geração de empregos em relação ao tamanho da população. Ao dividirmos o número do estoque final de cada ano pelo tamanho da população, vemos uma taxa crescente para o Acre, 8,9% em 2020, 9,6% em 2021 e, até maio de 2022 9,8% da população do Acre estava empregado com carteira assinada.
Passamos agora a analisar o comportamento dos empregos dentro do Acre, na Regional ou no Município. Então vamos identificar a dinâmica interna do estado. Observando que aqueles municípios que concentram grande quantidade de funcionários públicos, como a capital Rio Branco se destacam porque os funcionários públicos compõem o estoque dos empregos com carteira assinada. Na tabela abaixo vemos que em maio de 2022, 77% do estoque de empregos estavam concentrados na Regional do Baixo Acre, onde está localizado a capital, Rio Branco e vários outros importantes municípios. Em seguida aparece o Juruá, com 8,6% (influenciado por Cruzeiro do Sul), o Purus e o Alto Acre com 5,6% e finalmente o Tarauacá/Envira com 3.1%.
Vemos, pelo gráfico abaixo o percentual dos empregos em relação a população de cada Regional, com o predomínio do Baixo Acre com 13,1% da sua população empregada com carteira assinada em maio de 2022. A regional com a menor participação da população total nos empregos é a do Tarauacá/Envira, com somente 3,2%.
A análise vira de dimensão quando analisamos o crescimento relativos entre as regionais e entre os municípios. O parâmetro utilizado como referência é o crescimento do percentual da população no estoque dos empregos. Como demostrado no gráfico abaixo, a Regional que apresentou um maior crescimento relativo foi a Regional do Purus que cresceu 20,4% de 2020 para 2021 e já apresenta um crescimento de10,3%, de 2021 para maio de 2022.
De 2020 para 2021 é notável também o crescimento da Regional do Tarauacá/Envira (14,2%) e do Alto Acre (11,2%). Já para o período de 2021 e 2022, o segundo maior crescimento vem da Regional do Juruá, com 4,2% numa boa recuperação já que no período anterior ela cresceu somente 2,9%.
Em relação aos municípios, o grande destaque é Sena Madureira que cresceu 26,0% de 2020 para 2021 e 10,8% de 2021 para 2022. Merecem destaque, no período 2020/2021 os seguintes municípios: Bujari (33,7%), Plácido de Castro (25,3%), Feijó (24,5%), Mâncio Lima (18,3%), Brasiléia (15,1%), Tarauacá (14,1%), Porto Acre (13,0%), Senador Guiomard (11,8%) e Capixaba (11,3%). No período mais recente (2021 a maio de 2022) destaque para: Manoel Urbano (13,9%), Feijó (12,9%) e Plácido de Castro (7,5%).
O crescimento negativo no primeiro período foram: Porto Walter (-5,7%), Marechal Thaumaturgo (-4,6%), Santa Rosa do Purus (-3,7%), Jordão (-3,1%) e Acrelândia (-2,3%). No segundo período os municípios que apresentaram os maiores crescimentos negativos foram: Porto Acre (-6,1%,), Bujari (-4,0%), Santa Rosa do Purus (-3,2%), Jordão (-3,5%) e Tarauacá (-2,3%).
Os números mostram uma possível desconcentração do desenvolvimento interno no Acre. É apenas a análise de um parâmetro, mas não deixa de ser importante.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas