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Nova espécie de macaco exclusiva da Amazônia é encontrada no Acre

Por
Raimari Cardoso

Uma nova espécie de primata exclusiva da Amazônia, foi descrita cientificamente no Acre, mais precisamente na região do Rio Tarauacá.


Conforme reportagem do portal g1, o uakari dos Kanamaris (Cacajao amuna) possui características genéticas e coloração distintas dos outros macacos do gênero.


De acordo com Felipe Ennes Silva, pesquisador e colaborador do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá e responsável pelo estudo sobre a nova espécie, pelagem mais branca e homogênea.


A comprovação da diferença genética entre os uakaris e seus parentes foi feita a partir de análise de DNA. A nova espécie ocorre no Rio Tarauacá, que banha os estados do Acre e Amazonas.


“O nome faz referência direta aos Kanamaris do Juruá, um grupo indígena que é muito presente na região. Inclusive, ‘amuna’ significa ‘macaco uakari’ para os Kanamaris”, conta o pesquisador.


Ainda segundo o pesquisador, a região fica 700 quilômetros distante de onde outros tipos de uakaris são encontrados.


Uma preocupação é que na área onde a nova espécie vive a taxa de desmatamento vem aumentando nos últimos anos, principalmente devido à BR-364 que conecta as cidades de Rio Branco a Cruzeiro do Sul, no Acre.


“Os primeiros dados que analisei também mostram que esta espécie é sensível às mudanças climáticas, o que nos mantém em alerta, principalmente pelo fato do status de conservação do macaco ainda não estar definido”, conta Felipe Ennes.


Detalhes sobre o estudo

Existem poucos estudos sobre o comportamento e ecologia desses primatas, que só ocorrem na Amazônia. De acordo com o pesquisador, o pioneiro no estudo da espécie foi o primatólogo brasileiro José Márcio Ayres.


“Ele estudou a ecologia e o comportamento dos macacos na região do médio Rio Solimões no final da década de 1970 e início de 1980. No entanto, pouco se sabia até recentemente sobre a diversidade destes primatas”, explica.


Para identificar o amuna, Felipe visitou uma série de coleções científicas no Brasil, Estados Unidos e Europa para rever o padrão de coloração de pelagem dos uakaris e comparar espécimes que não estavam disponíveis em coleções científicas de décadas atrás. Além disso, foi feito o levantamento genético – que se diferenciava dos uakaris já conhecidos.


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Raimari Cardoso