Material jornalístico do Portal Brasil 61, organizado pelas jornalistas Paloma Custódio e Katrine Tokarski Boaventura, mostra que o estado do Acre precisa qualificar 11,8 mil trabalhadores em ocupações industriais até 2025.
Desse total, 2,8 mil deverão se capacitar em formação inicial – para repor os inativos e preencher novas vagas – e quase 9 mil já possuem uma formação ou estão inseridos no mercado de trabalho, mas precisam se aperfeiçoar.
A informação consta no Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, compilado pelo Observatório Nacional da Indústria da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O gerente executivo do Observatório Nacional da Indústria, Márcio Guerra, afirma que a qualificação profissional é crucial tanto para os trabalhadores que já estão empregados quanto para aqueles que estão fora do mercado de trabalho.
“O aperfeiçoamento deve ser uma estratégia para todos os profissionais. O aprendizado ao longo da vida passa a ter um papel fundamental no mercado de trabalho nos dias de hoje.”
– Qualificação (menos de 200 horas): 6.703 profissionais
– Qualificação (mais de 200 horas): 2.278 profissionais
– Técnico: 1.900 profissionais
– Superior: 985 profissionais
Em volume, ainda prevalecem as ocupações com nível de qualificação, cerca de 76% do total. Mas, segundo Márcio Guerra, houve um crescimento da demanda por formação em nível superior.
“O nível superior cresce sem dúvida a uma taxa muito elevada. Então, é preciso entender que fazer educação profissional não é o fim de uma trajetória. Profissionais que fazem qualificação profissional, fazem curso técnico e depois caminham para o ensino superior são profissionais extremamente valorizados no mercado de trabalho, pela experiência, pela prática e também pela formação”, avalia.
No Acre, as áreas que mais vão demandar profissionais capacitados, tanto em formação inicial, quanto continuada, são:
– Construção: 2.709 profissionais
– Transversal: 2.328 profissionais
– Logística e Transporte: 1.342 profissionais
– Alimentos e Bebidas: 1.236 profissionais
– Metalmecânica: 1.071 profissionais
– Madeira e Móveis: 467 profissionais
– Automotiva: 449 profissionais
– Telecomunicações: 332 profissionais
– Gestão: 325 profissionais
– Tecnologia da Informação: 273 profissionais
Márcio Guerra destaca a relevância das ocupações nas áreas transversais.
“Ou seja, aquelas ocupações coringas, aquelas profissões que são absorvidas por diversos setores da economia, que vão desde o setor automotivo até o setor de alimentos. No que diz respeito às áreas, vale destacar também aquelas profissões que estão relacionadas com a indústria 4.0, relacionada a automação de processos industriais.”
Ele também explica que há diferenças nas áreas de formação mais demandadas entre os estados. Isso se deve à dimensão do país e à complexidade da economia brasileira. Segundo Márcio Guerra, a heterogeneidade de recursos e de produção acaba refletindo essas características.
“Nós sabemos que, em alguns estados, há uma concentração industrial maior e em outras regiões, como a região Norte, há uma dispersão maior. Então a estrutura industrial, ou seja, os setores que são predominantes em determinadas regiões são diferentes.”
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial 2022-2025, o Brasil precisa qualificar 9,6 milhões de trabalhadores em ocupações industriais nos próximos três anos. Márcio Guerra explica que a projeção considera o contexto econômico, político e tecnológico do país.
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