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Menina de 10 anos é internada com Doença de Chagas após tomar açaí no interior do Acre

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Uma menina de 10 anos, chamada A.S.S.C, moradora do Rio Liberdade, zona rural de Cruzeiro do Sul, interior do Acre, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no último sábado, 1° de julho, e foi diagnosticada com Doença de Chagas. Da UPA, foi transferida para o Hospital do Juruá para tratamento. O pai relata que a menina tomou açaí e há sete dias estava com febre, frio, pele amarelada e abdômen inchado.


Depois do atendimento no Hospital do Juruá, a menina foi liberada pelo médico plantonista. O profissional, que não quer ter o nome divulgado, disse que deu alta para a criança porque não tinha critério de internação. “Tratamento de doença de Chagas, agudo, sem alteração clínica, é ambulatorial, com acompanhamento ou não de infectologista. É o que tem descrito na literatura”, citou o médico.


Mas a médica infectologista, Rita de Cássia, protesta contra a decisão tomada pelo médico de liberar a paciente, que vive na zona rural. “Em casos assim, o procedimento é internar e não dar alta para fazer exames em ambulatório, o que pode demorar meses. O médico não consultou um pediatra ou um infectologista e ele ainda se acha na razão e disse que a criança estava bem e por isso a liberou. Nem pediu ajuda para infectologista nem pediatra. Se não precisam de especialistas, pra quê o Hospital do Juruá tem?”, questiona a médica, citando que na ficha da menina não há endereço, nem telefone para que haja contato com a família dela. “Agora é rezar para a família procurar a gente”, desabafa a infectologista .

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Doença de Chagas mata

A Doença de Chagas pode ser transmitida pelo besouro Barbeiro contaminado ou pela ingestão de alimentos, como o açaí, contendo as fezes do mosquito ou mesmo com o besouro macerado.


Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), menos de 10% das pessoas infectadas são diagnosticadas a tempo e apenas 1% recebe o tratamento adequado. Na fase aguda, a doença pode ser assintomática ou apresentar sintomas leves como febre, fadiga e náusea.
Na fase crônica, cerca de 30% das pessoas desenvolvem problemas cardíacos ou digestivos. Essas condições podem levá-las à morte – segundo algumas estimativas, cerca de 6.000 pessoas morrem anualmente no Brasil devido às complicações crônicas da doença. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar a qualidade de vida dos pacientes e ajudá-los a conviver com a doença.


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