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Além de anticristã e abortista, a esquerda é elitista

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Como expus nos últimos textos da coluna, obviamente sem mergulhar profundamente em cada um dos temas, dado o espaço que a razoabilidade impõe a uma publicação como esta, a esquerda é naturalmente anticristã e abortista. Mas, não apenas, ela é também elitista.


Em primeiro lugar, defina-se a esquerda como o conjunto de formas tentadas ou propostas, variadas em sua intensidade, de funcionamento da sociedade tendo como alvo a igualdade material, ou seja, a diminuição drástica, senão total, das diferenças econômicas entre os cidadãos. Esta visão de futuro, sem “oprimidos nem opressores” é a cenoura colocada à vista dos coelhos que seguem a roda.


Sendo assim, como pode ela ser elitista? Explico: Acontece que ninguém cede poder, então, quem pode conquistar, alterar e operar a implantação do novo sistema? Só pode ser o poder político que, para isto, precisa ser mais forte que o poder econômico. Vejam, por exemplo, o que aconteceu em Cuba. O Estado tomou para si todas as riquezas e as distribuiu entre os cidadãos do modo “igualitário”. Contudo, invariavelmente, quem faz isso (o poder político), na prática constitui uma elite política que passa a dominar a riqueza e, portanto, se coloca no topo e distribui frações de benefícios materiais de modo hierárquico conforme os postos de cada membro do sistema dominante. Ao cabo, os proprietários (opressores) terão sido substituídos pelos membros do partido que detém toda a riqueza, provocando assim, novos desníveis de riqueza, desta vez controlado pelo Estado que detém também o poder militar e o sistema judiciário. Deem uma olhadinha ali do lado na Venezuela e na Nicarágua e observem o que está acontecendo na Bolívia.


Assim é, assim foi (União Soviética, Polônia, Iugoslávia, Albânia…) e assim será em qualquer tentativa de implementação do socialismo. Isto sem contar que tal não poderia acontecer sem perseguição, prisões e assassinatos, degenerando em ditaduras sangrentas. É inevitável, embora marmanjos de mente adolescente ou escrúpulos rasos atuantes na Universidade, na cultura, na justiça, na mídia e na política, prometam o contrário para uma população carente, insatisfeita e deprimida. Ao cabo, o cidadão que pensa estar derrubando uma elite econômica estará apenas substituindo-a por uma elite política, com imensas desvantagens do ponto de vista da liberdade e da própria condição material. 


A liberdade é perdida posto que o cidadão é impedido de se levantar para dizer não ao sistema. Quer saber, veja aqui o que aconteceu recentemente em Cuba. O modelito que faz a cabeça de Lula, Zé Dirceu e seus asseclas não permite insatisfação. Não se pode contestar a validade do sistema, embora seu fracasso seja evidente e longevo, levando à morte, milhões de pessoas.


A elite que promete justiça material (igualitarismo) é uma espécie de Procrusto, personagem da mitologia grega que gentilmente oferecia quartos em sua hospedaria, mas depois de amarrar os viajantes, serrava as pernas dos maiores e quebrava os ossos dos menores, de modo a ajustar o hóspede à cama de ferro em que se deitavam. 


A elite socialista pretende anular a superioridade dos mais capazes, trabalhadores, engenhosos, focados e empreendedores, amputando-as, mantendo-se, ela própria, dona da estalagem. Na Venezuela, o socialismo igualou 94,5% da população abaixo da linha da pobreza (adivinhe quem são os 5,5% restante!), e em apenas um ano a população emagreceu em média 11 quilos! A gorda elite socialista é ou não um Procrusto?


Como se desenvolveria um troço desses no Brasil? Sua única chance é se fazer mansamente, em contínuas eleições manipuladas e sucessivos avanços sobre as liberdades individuais, a propriedade privada, a família, a educação, a religião etc. O marxismo cultural gransciano explica (se não quiser ler os “Cadernos do Cárcere”, “Os Intelectuais e a Formação Cultural” e outros da obra de Antonio Gransci, este vídeo explica facinho). Já estamos experimentando esse processo. A submissão de uma área fundamental – o judiciário, está em curso. A mídia, a cultura e as universidades há muito foram tomadas por essa gente que quer mudar o mundo sem arrumar a própria cama. Pretextos não faltam – feminismo, racismo, ateísmo, gayzismo, ecologismo… todo esse identitarismo é movido e financiado por agentes do sistema que quer se impor. Procrusto precisa de placas luminosas na hospedaria.


Quem se opõe à esquerda e à pobreza igualitária dela decorrente, concentra-se em resistir defendendo a liberdade, a vida, a propriedade privada, a família, a pátria, a religião, a democracia… Nos agarramos aos edifícios morais e econômicos liberais erigidos ao longo da história, procuramos nos adaptar às mudanças civilizacionais de modo não disruptivo, não revolucionário, somos a direita conservadora como costumam nos rotular em contraponto à esquerda progressista que se acha moderninha.


Embora tenhamos perdido a batalha da comunicação tradicional e nos valhamos cada vez mais das mídias sociais e plataformas que, aliás, estão sob controle crescente, somos maioria no Brasil e em 02 de outubro venceremos. Mesmo que alguns incautos, ou idiotas mesmo, não entendam a verdadeira luta que está sendo travada e fixem seus olhares em personas de que gostam ou não, no Brasil e no Acre, Procrusto terá que esperar.



Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Puggina, na revista Navegos e outros sites.