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Especulação imobiliária pode vir antes da conclusão da estrada de Cruzeiro do Sul a Pucallpa

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Apesar da defesa intransigente de grupos políticos e empresariais, a estrada que liga Cruzeiro do Sul a Pucallpa, no Peru, é criticada pelo custo social, ambiental e econômico. Publicado na revista eletrônica Ciências Ambientais na Amazônia, da editora Stricto Sensu Editora, o estudo “Impactos da rodovia proposta Cruzeiro do Sul-Pucallpa na Amazônia Sul-0cidental” diz que se o projeto avançar até mesmo antes de sua conclusão haverá crescimento da especulação imobiliária com aquisição de terras por preços abaixo do mercado para desmate e plantio de pastagens.


O estudo diz que o traçado planejado da rodovia cruza três projetos de assentamento (PA Tradicional Tonico Sena, PA Florestal Havaí e PA Tradicional Rio Azul) e uma unidade de conservação, o Parque Nacional da Serra do Divisor. “Com a eventual efetivação da rodovia, e até mesmo antes de sua conclusão, haverá o avanço da especulação imobiliária, buscando garantir a posse da terra pela compra por valores muito abaixo do praticado no mercado imobiliário, cooptando grupos vulneráveis, posteriormente derrubando a floresta para plantio de pastagens”, diz o texto.


Segundo o estudo, no caso dos projetos de assentamento, mesmo que a venda de lotes seja considerada irregular esta é uma ação recorrentes em todos os projetos de assentamento da Amazônia, facilitada pela falta de estratégias e ações do Incra que impeçam essa ação.

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O Parque Nacional da Serra do Divisor é uma UC de proteção integral criada em 16 de junho de 1989, tendo 837 mil hectares, e está localizada no extremo oeste do Estado do Acre, na fronteira com o Departamento de Ucayali, no Peru. Estima-se que residiam na unidade, até 2015, cerca de 407 famílias, em torno de 1992 pessoas.


“Atualmente o Parque já enfrenta vários problemas socioambientais tais como aumento da taxa de desmatamento (dentro e fora dos seus limites), exploração ilegal de madeira, rota de tráfico ilegal de drogas, pressão de caça sobre a biodiversidade, aumento da população residente e a possibilidade de mudança da categoria atual, de Parque Nacional para Área de Proteção Ambiental, que reduz drasticamente o nível de proteção socioambiental”.


Atualmente todas as UCs do Acre localizadas ao longo das BRs 317 e 364, ambas asfaltadas, estão sob grande pressão de desmatamento, invasão, entre outros efeitos deletérios. A Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada ao longo da BR-364, foi a terceira UC federal com maior acréscimo de desmatamento na Amazônia nos últimos seis anos.


O projeto LabGama, da Universidade Federal do Acre, divulga a revista.


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