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Bolsonaro admite ‘casos isolados’, mas diz que corrupção no governo não é ‘endêmica’

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira (29) que há casos de corrupção no governo, mas afirmou que são episódios “isolados” e que a corrupção na sua gestão não é “endêmica”.


A declaração, dada durante pronunciamento em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), marca uma mudança no discurso do presidente, que, ao longo do governo, afirmou várias vezes que não havia corrupção na sua gestão.


Bolsonaro fez a afirmação quando falava da possibilidade de o Brasil passar a fazer parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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“O estudo avançado do ingresso do Brasil na OCDE é sinal que o Brasil é bem-visto globalmente. Nós atacamos a facilitação de negócios, bem como, o combate à corrupção. Isso nós estamos muito bem no governo. Não temos nenhuma corrupção endêmica no governo”, afirmou Bolsonaro.


“Tem casos isolados que pipocam e a gente busca solução pra isso. Mas, além da escolha dos ministros, além de conversar com eles qual é a real função dele, em cada ministério nós temos aí uma célula composta de servidores da PF, da CGU, da AGU e até mesmo TCU para analisar aquilo que é de mais caro pra nós. De modo que a gente ataca a possível corrupção na origem. Não interessa descobrir o corrupto, nós queremos é evitar que apareça a figura do corrupto”, acrescentou o presidente.


As falas de Bolsonaro foram proferidas em meio a um escândalo de desvios no Ministério da Educação (MEC). São investigadas denúncias de suposto favorecimento de amigos de pastores evangélicos no repasse de recursos da pasta durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.


No Senado, já foi protocolado o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar possíveis irregularidades.


Durante o evento, Bolsonaro afirmou também que paga um preço alto por, segundo ele, não ter negociado ministérios com partidos políticos.


“Há poucos anos, tinha um problema qualquer, tal partido ganhava ministério, outro perdia, ganhava banco, perdia uma estatal. Era assim. então as pessoas realmente não eram as mais adequadas para ocupar esses postos-chaves”, disse.


“Conosco, [foi] diferente. Paguei e pago preço altíssimo por isso. Olha a CPI quase saindo aí, de um assunto que parece que está enterrado, parece. Mas quando se abre CPI, abre-se um mar de oportunidades para oportunistas fazerem campanha contra a gente”, completou o presidente.


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