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Bolsonaristas, agora, temem vazamento seletivo para desgastar o presidente

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Após o forte abalo sofrido pela narrativa bolsonarista de que não há corrupção no governo do atual presidente, a dúvida a partir de agora entre os aliados de Jair Bolsonaro (PL) passou a ser sobre a amplitude e a duração da crise envolvendo a prisão do ex-ministro Milton Ribeiro. Trocando em miúdos, os pré-candidatos e os estrategistas da pré-campanha do presidente querem saber até onde e quando vão as investigações e quem elas poderão atingir.


O maior, temor, claro é de que elas se aproximem ainda mais do Palácio do Planalto e se estendam até a porta do primeiro turno das eleições, em outubro, a exemplo do que ocorreu com a Lava Jato, em 2018. Um governista lembrou o impacto negativo que teve a divulgação da delação de Antonio Palocci na campanha de Fernando Haddad (PT) naquele ano.


Desta vez, no entanto, o efeito pode ser inverso, pois Bolsonaro acabou sendo o grande beneficiário da divulgação da deleção de Palocci, feita pelo então juiz federal Sergio Moro. Ou seja, é grande o temor entre os bolsonaristas de que possam ocorrer “vazamentos seletivos” das investigações, expressão usada por um deles, para fazer o presidente sangrar eleitoralmente daqui até outubro. Outro pesadelo é o surgimento de uma delação premiada dos acusados até agora.


Durante toda a Lava Jato o PT criticou o que também chamava de “vazamento seletivo” das investigações para prejudicar o partido, ainda que a maior parte das informações publicadas pela imprensa tivessem sido disponibilizadas oficialmente pelo comando da operação, em Curitiba, ou seja, não se tratava de “vazamentos” de apurações sigilosas.


Agora, é vez dos bolsonaristas, que foram amplamente beneficiados pela publicização das investigações da Lava Jato, se colocarem na posição defensiva. Para eles, o fato de o juiz federal Renato Borelli ter decretado a prisão preventiva do ex-ministro ligou uma alerta no entorno de Bolsonaro: acham que ele pode adotar uma postura no sentido de desgastar o presidente.
Outro efeito muito temido da prisão do ex-ministro da Educação neste ano eleitoral é o de um possível abandono de Bolsonaro pelos aliados nos Estados, especialmente os pré-candidatos aos governos estaduais. Muitos deles já têm adotado uma postura de distanciamento das polêmicas e crises envolvendo o atual presidente.


Nesse sentido, a pesquisa Datafolha prevista para ser divulgada nesta quinta-feira (23) é aguardada com muita expectativa: se não esboçar uma reação, Bolsonaro poderá ver seus apoios minguarem nos estados, avaliam governistas.


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