As mães das crianças que morreram nos últimos dias vítimas de síndrome respiratória no Pronto-Socorro de Rio Branco, a maior Unidade Hospitalar do Estado, foram recebidas pelos deputados estaduais no plenário da Assembleia Legislativa e tiveram a oportunidade de desabafar sobre os casos. Emocionadas, as mulheres relataram momentos difíceis vividos pelos filhos em busca de vaga de UTI.
“A gente via a falta de medicamento. Aerolin eu consegui porque meu esposo trabalha em farmácia”, disse Sara, uma mãe desesperada. “Queremos justiça para que outras mães não passem o que a gente está sentindo”, completou ela, chorando copiosamente.
Já Joelma Dantas, a mãe do pequeno Théo, relatou a rápida evolução da doença do filho no Pronto Socorro. “Precisava sulfato magnésio e não tinha”, disse ela, lembrando que em novembro de 2021 profissionais de saúde fizeram alertas sobre o crescimento das doenças respiratórias em vários Estados, incluindo o Acre.
Dantas criticou os deputados estaduais. “A morte de um filho não tem nome. A obrigação dos deputados é fiscalizar o Executivo”, afirmou, apontando para o deputado Luiz Tchê (PDT) observando que o sobrinho dele morreu de acidente de carro, o que é diferente da situação dos mortos por SRAGs.
Joelma mostrou a moção de aplauso dada pela Aleac à secretária Paula Mariano, da Sesacre, discordando dessa homenagem. Ao mesmo tempo, ela relatou a improvisação que profissionais da saúde no PS. “Nosso filhos morrem como animais e ninguém faz nada. Uma mulher como Paula Mariano não ter sido demitida ainda…ela foi avisada e fez o quê?”, questionou, em tom extremamente duro.
“É desumano o que estão fazendo com nossos filhos”, completou Joelma pedindo a demissão de Paula Mariano. “Eu classifico o governador como assassino. Ele pode me processar, mas o que me dói é a negligência”, completou, nominando os responsáveis pela tragédia que vem ocorrendo no atendimento pediátrico do Acre.