Coriza, dor de cabeça e febre. Desde a chegada da pandemia de covid-19, esses sintomas causam ainda mais preocupação nas pessoas. Entretanto, nem sempre a pessoa pode estar contaminada pelo novo coronavírus; o quadro é característico de algumas outras doenças e pode causar uma baita confusão. Por isso é importante conhecer os sintomas de cada doença e intensificar ainda mais os hábitos de prevenção.
Doenças como covid, gripe, resfriado, sinusite ou dengue são bastante comuns e, a maioria delas, tem em comum a transmissão causada por um vírus. Febre, dores de cabeça e no corpo, cansaço e mal-estar são alguns sintomas comuns entre elas.
Alguns sinais, como o modo de evolução dos sintomas, podem até dar algumas pistas, mas só um exame de sangue ou um teste de laboratório específico —ou um autoteste no caso da covid— para as doenças podem confirmar o diagnóstico, advertem especialistas em saúde. O alerta é: se os sintomas gripais/respiratórios são leves, isole-se em casa e espere passar, afinal, foi o que aprendemos em mais de dois anos de pandemia. Caso tenha sintomas fortes, como falta de ar e febre alta que não cessa com remédio, procure ajude médica.
Mas, um espirro necessariamente significa gripe? E as dores no corpo podem indicar covid-19? Para esclarecer todas as dúvidas, VivaBem separou as principais diferenças entre as doenças.
Em todas as variáveis, a infecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 pode se dar sem ou com sintomas, que vêm se alterando bastante a depender da variante ligada à infecção. Hoje, existem cinco variantes de preocupação do coronavírus: alfa, beta, gama, delta e ômicron.
A covid-19 pode se apresentar em três formas: leve, moderada ou grave. O diagnóstico pode ser feito por exame clínico e por testes de laboratório em amostras colhidas no nariz, principalmente.
Atualmente os sintomas mais comuns são: febre ou calafrios, tosse seca, falta de ar, cansaço, dores musculares, dor de cabeça, perda de olfato e/ou paladar, dor de garganta, congestão nasal ou nariz escorrendo, náusea, vômitos e diarreia.
Pesquisas têm mostrado que duas doses de vacina causam uma redução no tempo de duração de sintomas, que também é diferente em casos de outras doenças com sintomas similares.
Para aliviar os sintomas da covid-19, pode-se utilizar medicamentos de venda livre como a dipirona ou o paracetamol, descongestionantes (desde que não haja contraindicação específica para esse medicamento), xaropes para controlar a tosse e até antialérgicos, especialmente indicados para quem tem rinite, que pode ser descompensada pela infecção de covid.
Gripe
A gripe é causada pelo vírus da influenza, que possui centenas de mutações. Esse é o motivo pelo qual a vacina contra a gripe precisa ser atualizada e administrada todos os anos.
A doença pode ter sintomas bem semelhantes aos da covid-19, a diferença é que seu período de incubação tende a ser mais curto, ou seja, os sintomas surgem rápido (de um dia para o outro, muitas vezes) e a piora no quadro tende a ser aguda.
Os sintomas mais comuns da gripe são: tosse (geralmente seca), febre, dor de cabeça, dores no corpo e mal-estar e cansaço. Podem ocorrer dor de garganta, diarreia (especialmente em crianças) e coriza ou congestão nasal (nariz entupido).
O tratamento para alívio da gripe envolve medicamentos sintomáticos (antitérmicos e analgésicos), hidratação oral (ingerir bastante água ao longo do dia) e repouso.
Resfriado comum
O resfriado comum é causado principalmente pelos rinovírus que afetam as vias aéreas superiores e estão circulando entre a população durante todo o ano. O seu período de incubação varia de 1 a 9 dias.
Geralmente os sintomas são mais leves que a gripe e duram cerca de quatro dias, manifestando-se como coriza, obstrução e coceira no nariz e mais raramente tosse seca, irritação na garganta e febre baixa.
Não existe tratamento específico, sendo realizado apenas o controle da doença com antitérmicos, analgésicos, repouso e hidratação.
Dengue
A dengue é uma doença endêmica bastante comum no Brasil. Trata-se de uma infecção viral transmitida principalmente por meio da picada de um mosquito fêmea infectado por um flavivírus, geralmente o Aedes aegypti (também responsável pela transmissão do vírus chikungunya, febre amarela e zika).
Existem quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3, DENV-4), cada um com interações diferentes com os anticorpos humanos. Ou seja, as pessoas têm quatro possibilidades de serem infectadas.
Seu sintoma clássico é a febre alta, que aparece abruptamente no começo da infecção. Diferente da covid-19, a dengue não costuma causar sintomas respiratórios como coriza, obstrução nasal ou tosse. A doença costuma durar de quatro a dez dias, mas seu impacto pode durar semanas. Ela pode ser não grave (com ou sem sinais de alarme) ou grave, e o diagnóstico pode ser feito por exame clínico e confirmado por exame de sangue.
O tratamento certo contra a dengue é o indicado pelo médico. A automedicação só piora a situação. Por exemplo, o ácido acetilsalicílico, presente em diversos remédios contra febre e dor de cabeça, pode provocar hemorragia em quem está com dengue.
Sinusite
A sinusite é uma inflamação aguda ou crônica, dos seios da face. Pode ser causada por vírus ou bactérias além de poluição, choques térmicos, corpo estranho e alterações anatômicas no nariz. Seus sintomas incluem dor de cabeça, secreção espessa nasal ou posterior à garganta, tosse, alterações do olfato e febre são sintomas.
O diagnóstico é feito por exame físico, endoscopia nasal e exames de imagem. O tratamento é feito com corticoides nasais ou orais, limpeza nasal com soro fisiológico, antibióticos ou até mesmo cirurgia.
Rinite
Bastante comum, a rinite também é uma inflamação da mucosa nasal, aguda ou crônica. Desencadeada principalmente por alérgenos (ácaros), inalação de irritantes (cigarro ou cheiros fortes) e mudanças climáticas. Os sintomas são espirros, coceira no nariz e olhos, nariz entupido, coriza e lacrimejamento.
O diagnóstico inclui a história clínica, antecedentes pessoais e familiares de alergia, exame físico e exames como testes alérgicos e endoscopia nasal. O tratamento pode ser feito com corticoides e antialérgicos tópicos ou orais, limpeza nasal com soro fisiológico, imunoterapia e controle ambiental.
*Com informações de reportagens publicadas em 30/03/2021, 17/12/2021 e 29/12/2021.
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