Marcada para esta quinta-feira (9), a audiência de instrução e julgamento do processo que a justiça move contra o sargento Erisson Nery, acusado de tentativa de homicídio contra o estudante de medicina Flávio Endres foi adiada a pedido da defesa e ainda não tem nova data definida.
De acordo com a advogada Helane Christina, que defende o militar, o pedido se deu em razão de problemas relacionados à saúde dela, que está com um atestado médico de 30 dias, com possibilidade de prorrogação, decorrentes de uma cirurgia a que ela foi submetida em novembro passado.
Na audiência, deveria ser definido pela Justiça a ida ou não de Nery a júri popular, quando o delito cometido pelo réu é julgado pelo conselho de sentença, grupo formado por sete cidadãos escolhidos por sorteio e que tem a atribuição de julgar soberanamente os crimes dolosos contra a vida.
Recentemente, a defesa do sargento impetrou pedido de habeas corpus na instância superior com o objetivo de obter a suspeição da juíza que está à frente do caso, Joelma Ribeiro Nogueira, da Comarca de Epitaciolândia, pelo fato de ela ter negado vários pedidos da defesa em prol do acusado.
Além de vários pedidos de liberdade provisória, a advogada Helane Christina alega que a magistrada também recusou, sem justa causa, um requerimento para abertura de incidente de insanidade mental – procedimento para verificação, através de perícia médica, da saúde mental do réu em processo penal.
De acordo com a defensora de Nery, a juíza também negou que ele pudesse ter acesso a acompanhamento médico especializado para os sintomas de natureza psicológica e psiquiátrica que foram relatados nos pedidos com a anexação de farta documentação comprobatória de que ele apresenta problemas dessa ordem.
Outra medida que a defesa do sargento Nery tomou foi incorporar aos autos uma imagem das câmeras de monitoramento que, segundo a advogada, a delegada responsável pelo inquérito, Carla Ívane de Britto, teria deixado de juntar ao inquérito em razão de o material ser favorável ao militar.
Ouvida sobre o assunto, a delegada Carla Ívane, que à época dos fatos era a titular de Brasiléia, mas foi encarregada do caso em substituição ao delegado de Epitaciolândia, Luís Tonini, que estava de férias, respondeu que todos os vídeos relacionados ao caso foram juntados e disponibilizados.
Na audiência de instrução e julgamento, Nery seria interrogado por videoconferência de uma sala no presídio de Senador Guiomard. Ele foi denunciado pelos crimes de tentativa de homicídio qualificado, porte irregular de arma de fogo de uso permitido e lesão corporal de natureza grave.
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