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Audiência tem minuto de silêncio e testemunhos contra o feminicídio

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A Assembleia Legislativa do Acre promoveu nesta quarta-feira (8) audiência pública para debater o aumento do femicídio no Estado do Acre.


Várias ativistas, vítimas e familiares de vítimas, além de autoridades da área de proteção social, jurídica e de politicas de gênero estiveram apresentando informes acerca da questão. “Nossas conquistas sempre foi com muita luta”, disse Concita Maia, ativista pioneira na área.

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Em certo momento, os presentes fizeram um minuto de silêncio em memória às vítimas do feminicídio no Acre.


O Acre é hoje um dos Estados com mais taxa de feminicídio do Brasil. Na pandemia, o problema cresceu e exige, segundo se propôs na audiência, medidas como mais investimentos financeiros no enfrentamento à violência doméstica, mais delegacias com atendimento exclusivo 24 horas, políticas de autonomia e maior presença do Estado na questão.


A conselheira do Tribunal de Contas do Estado, Naluh Gouveia, fez duras críticas ao modelo político em vigor no País e se emocionou ao dar testemunho de sofrimento -e propôs medidas para acabar, por exemplo, com revitimização da mulher; educação e conscientização, entre outros.


A estudante do 5º período de Direito, Mariane Pedro, está sob medida protetiva há 90 dias após sofrer violência doméstica em 2022 e também deu seu testemunho. “Ele me puxou, jogou no chão e chutou, gritando. Eu gritei e os vizinhos apareceram e chamaram a polícia”, relatou.


Entre 2020 e 2021, o feminicídio cresceu 7,6% no Acre e em 2022 já são 6 casos, segundo a Comissão da Mulher Advogada da OAB do Acre, que apresentou números que ainda precisam ser atualizados. Os últimos dados mostram que, com taxa de 2,7 mortes, o Acre tem a maior proporção de feminicídio por grupo de 100 mil mulheres.


De acordo com a procuradora de justiça Patrícia Rêgo, do Ministério Público do Acre, a maioria dos casos não chega ao acompanhamento do Estado. “Creio que pelo menos cinco desses casos não chegaram ao Estado, as mulheres não tiveram medida protetiva”, disse Patrícia, observando que a omissão tem facilitado a agressão e as mortes.


A Associação Brasileira de Mulheres da Carreira Jurídica entregou um pacote de de propostas de leis aos deputados criando fundo estadual dos direitos da mulher e o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, a ser comemorado no dia 13 de abril, quando uma vendedora chamada Sara foi morta pelo ex-companheiro -além de outras medidas legislativas que, segundo a ABMCJ, devem ser implementadas para defesa da mulher.



A presidente do Conselho Estadual da Mulher, Giovana Castelo, chegou a questionar: “onde nós falhamos para chegar ao ponto de ter feminicídio de menina de 14 anos?”. Castelo criticou a falta de referência no Governo do Acre, em cuja estrutura existia a Secretaria da Mulher mas atualmente possui apenas um departamento.


A secretária de Assistência Social, Ana Paula Lima, representou o Governo do Estado. Uma assessora apresentou as ações que o governo vem desenvolvendo, afirmando que as iniciativas estão presentes em todos os 22 municípios do Acre. Segundo a Secretaria de Assistência Social, 2.156 mulheres foram atendidas entre 2021 e 2022 com cursos, cestas básicas, assistência jurídica e muito mais.

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Os números policiais apresentados pelo governo indicam tendência de queda nos boletins de ocorrência, que saíram de 3.989, em 2021, para 2.131, em 2022 até agora -o que demonstraria que as ações do Estado estão dando certo e a violência está caindo. Sobretudo, o orçamento da Secretaria de Assistência Social é de mais de R$17 milhões, contrariando o discurso de que não há recursos no serviço público.


A vereadora Michelle Melo exaltou as denúncias de assédio que resultaram no afastamento do então secretário de Sa…


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