As fábricas de refrigerante no Acre convivem atualmente com o drama do desabastecimento de CO2, insumo usado para produzir borbulha na bebida, ao mesmo tempo que luta para recuperar mercado varrido pela pandemia da Covid-19.
Uma grande produtora de refrigerante no Alto Acre, o Quinarí, de Senador Guiomard, sofre menos que similares do Vale do Juruá e tem conseguido receber o CO2 em prazo mais curto: nesta segunda-feira (6), por exemplo, a empresa fez a encomenda a fornecedora do gás em Porto Velho com a informação de que o produto seria entregue ao entardecer do mesmo dia.
Com um ou outro atraso, a produção não tem sofrido por desabastecimento de CO2 na Refrigerantes Quinarí, que vende bebidas para todo o Estado do Acre e consome diariamente de 500 a 600 quilos de CO2. Ao mês, de 12 a 15 toneladas do gás para manter a produção.
Segundo portais nacionais, o problema começou quando a White Martins, que fornece para o Brasil inteiro, teria interrompido a entrega de CO2 para as pequenas empresas. A Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afebras) suspeita de privilégio às grandes produtoras.
“Estão demorando a entregar”, queixa-se o dono do guaraná Cruzeirense, Júnior Santos. “E só entregam metade do que é pedido”. A Cruzeirense é uma marca muito popular no Acre e sofre mais com o problema pela questão logística, mas há a empresa enfrenta outros problemas porque, diz Júnior Santos, tudo falta e está caro.
Por meio de sua assessoria, a White Martins disse ao ac24horas que os fabricantes do Acre não sofreram nenhum impacto no abastecimento e que a situação no País deve se normalizar nos próximos dias. “Os clientes da White Martins estão sendo abastecidos com CO2 em todo o Brasil, com restrições em algumas localidades específicas em função da parada de manutenção da empresa que fornece CO2 bruto para a principal planta de produção da companhia, localizada em Cubatão (SP). A empresa informa que os clientes do Acre não sofreram nenhum impacto no abastecimento. A expectativa é de que a situação volte à normalidade em todo o país nos próximos dias com o recebimento da matéria-prima produzida pela planta que já voltou a operar”, informou a empresa.
Superada essa dificuldade no CO2, o setor de refrigerante tenta superar a redução nas vendas. “Caíram entre 25% e 30%”, disse Antônio Bastos, um dos donos da Refrigerantes Quinarí.
Os refrigerantes são muito apreciados no Acre e o povo gosta de consumir os produtos locais. De acordo com o IBGE, o produto pesou 2,2% no índice inflacionário de abril.
A queda no consumo, avalia Bastos, é uma sequela econômica da pandemia, que deixou os acreanos com menor aquisitivo. O mercado, que apesar de pequeno emprega dezenas de trabalhadores, fez adequações e avalia que a partir de julho o consumo se eleve e as vendas melhorem. No Juruá, não se projeta desabastecimento de CO2, mas altos e baixos no fornecimento.
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