O Acre é o 2º Estado que mais desperdiça água tratada no Brasil, deixando de usar 60,48% do que produz. Diariamente, cada ligação joga fora 194 litros de água potável, número que também é o 2º maior do País e só perde para o do Amapá (62,28% de desperdício e 2.030 litros perdidos/domicílio/dia).
Os dados constam do estudo “Perdas de Água Potável (2022, ano base 2020): Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avanço da Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, lançado nesta quarta-feira (1) pelo Instituto Trata Brasil.
A situação do Acre é muito pior que a média nacional. O estudo aponta que o volume de água perdida nos sistemas de distribuição no Brasil equivale a 7,8 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente ou mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira – maior conjunto de reservatórios para abastecimento do Estado de São Paulo. Mesmo considerando apenas os 60% deste volume que são de perdas físicas (vazamentos), estamos falando de uma quantidade suficiente para abastecer mais de 66 milhões de brasileiros em um ano, equivalente a um pouco mais de 30% da população brasileira em 2020.
Quando analisado o indicador de perdas de água na distribuição pelas regiões brasileiras, os resultados não diferem daquilo que é visto em outros indicadores de acesso ao saneamento quando olhamos regionalmente. A região Norte que possui os piores índices de saneamento, também é onde se registra o maior IPD, com 51,2%, isto é, a região perde mais da metade da água potável produzida. Não muito atrás, a região Nordeste também aponta indicador alto, com 46,3%.
Em seguida, aparece a região Sudeste que perde 38,09% da água potável nos sistemas de distribuição; enquanto na região sul 36,74% da água não chega de forma oficial para as residências dos estados. Com menor número de IPD entre as regiões do brasileiras, o Centro-Oeste perde 34,16 das águas nos sistemas de distribuição.
Em 2020, ano-base do estudo, a gestão de águas e saneamento em Rio Branco, onde se concentram os maiores números relacionados ao sistema, ainda não estava revertido. Ambos os órgãos, Saneacre e Saerb, tem a inadimplência e o desperdício como grandes desafios de gestão.