No último dia 10 de maio, o Diário Eletrônico do Ministério Público Federal trouxe a publicação de despacho do procurador Ricardo Alexandre Souza Lagos, abrindo inquérito para apurar denúncias de descaso com a estrutura da casa onde o líder sindical Chico Mendes foi assassinado, em 1988.
Único bem tombado pelo Instituto da Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Acre, a Casa de Chico Mendes está fechada à visitação pública desde o ano de 2018, quando foi encerrado um contrato de locação que havia entre o governo estadual e a família do seringueiro para que o espaço fosse mantido aberto.
Desde então, as negociações entre representantes das áreas de cultura e patrimônio histórico do governo com os familiares do líder sindical, que envolveram até a Ong SOS Amazônia, não resultaram em sucesso. Permanecendo a casa de memórias fechada e, consequentemente, sofrendo com a ação do tempo.
Nesta semana, o filho mais novo de Chico Mendes, Sandino, se manifestou mais uma vez sobre o assunto, após ser procurado. De acordo com ele, mesmo consciente da importância histórica da casa, a família considera que cabe a ela a decisão de reabrir ou não o patrimônio à visitação pública.
“Cabe, realmente, ao MPF investigar qualquer tipo de denúncia, mas esclarecemos que as alegações de abandono da casa não procedem. Ela está fechada para visita, o que não configura nenhum abandono. A gente está sempre dando as manutenções necessárias”, explicou.
Sobre a estrutura da edificação, Sandino informou que uma das vigas está comprometida e isso inviabiliza a reabertura. Ele disse ainda que a família já conversou a respeito da situação com o Iphan e que já existe o recurso para a reforma, depois de quando a reabertura da casa voltará a ser discutida.
A reportagem tentou entrar em contato com a Superintendência do Iphan no Acre por meio do telefone fixo da instituição no estado, mas as ligações não foram atendidas.