Vera Lúcia Marques de Moura e Rita Rocha do Nascimento, as chamadas “Justiceiras do CV”, que estão em um presídio de São Paulo, acusadas de matar a comerciária Késia Nascimento da Silva, de 22 anos, executada, esquartejada e jogada no Rio Acre, serão julgadas pelo Tribunal do Júri.
A decisão é da Juíza Luana Cláudia Campos, da 1ª Vara Criminal, em audiência realizada no Fórum Criminal de Rio Branco. Outros seis envolvidos no crime já foram julgados e condenados a mais de 190 anos de prisão. A data do julgamento ainda será marcada.
Na noite do dia 28 de janeiro de 2020, membros de uma facção criminosa invadiram a casa de Késia Nascimento, no bairro Calafate, e a retiraram à força. Levada para uma casa no bairro Taquari, a garota foi julgada e condenada à morte pelo tribunal do crime.
Depois de torturada, a jovem foi assassinada a golpes de faca e terçado, sendo esquartejada. Em ato contínuo, os restos mortais jogados no Rio Acre e nunca foram encontrados.
Vera Lúcia Marques e Rita Rocha do Nascimento, que seriam as mandantes do crime, assistiram todo o julgamento e execução através de uma videochamada via WhatsAp. A motivação seria a briga entre facções.
O promotor de justiça Carlos Pescador, que atua no processo, disse que o crime é considerado bárbaro, já que os acusados decapitaram e esquartejaram a vítima e em seguida fizeram uma série de fotografias tétricas.
Em uma das imagens, usando a mão decepada da vítima, os criminosos faziam o símbolo da facção. Em outras, exibiam a cabeça de Késia, que havia sido decapitada, como se fosse um troféu.
Na sentença de pronúncia, na qual decidiu que Vera Lúcia e Rita Rocha serão levadas a julgamento pelo Tribunal do Júri, a juíza Luana Campos manteve a prisão preventiva de ambas sob a alegação que em liberdade as integrantes da facção criminosa poderiam intimidar as testemunhas no processo, além de existir o risco de fuga.