A taxa de desocupação (desemprego) da força de trabalho acreana fechou o primeiro trimestre de 2022 em 14,8%, que representa um aumento de 1,6 ponto percentual (p. p.) em relação ao 4º trimestre de 2021 (13,2%). Os dados são do IBGE, publicado no último dia 13/5, através da Pnad Contínua Trimestral, que trata dos números da força de trabalho brasileira desmembrados por unidades da federação.
Conforme pode ser observado no gráfico acima, o Acre tinha 51 mil pessoas desempregadas no final de 2021, com uma força de trabalho de 381 mil pessoas. Nos números do 1º Trimestre de 2022 a força de trabalho caiu para 377 mil pessoas e o número de desempregados aumentou para 56 mil pessoas. Ou seja, muita gente saiu da força de trabalho (4 mil) e o desemprego aumentou.
No quarto trimestre de 2021, a taxa Brasil foi de 11,1%, enquanto a taxa do Acre foi de 13,2%. Já no 1º trimestre de 2022 a taxa Brasil permaneceu estável (11,1%) e a do Acre aumentou para 14,8%.
No primeiro trimestre de 2022, o número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado) apresentou uma redução de 2,6% em relação ao 4° trimestre de 2021, saindo de 38 para 37 mil pessoas. Para o IBGE, o Percentual de pessoas desalentadas na força de trabalho ficou estável em 9%.
Como pode ser observado no gráfico acima, no 1º trimestre de 2022, o setor de serviços dominou as ocupações da força de trabalho acreana com representatividade de 54,6%, sendo que 49,7% das ocupações do setor trabalham na administração pública. Em seguida vem os ocupados no comércio, com 19,3% e na agropecuária, 10,9%. Se juntarmos as ocupações da indústria em geral com a construção civil, as ocupações somam 15,2% do total (9,0% da indústria e 6,2% da construção).
Em relação ao 4º trimestre de 2021, cinco setores de ocupação da força de trabalho acreana obtiveram queda no 1º trimestre de 2022. O maior destaque foi o setor da agropecuária, que ocupava 40 mil em 2021 e, no primeiro trimestre de 2022 ocupava somente 35 mil; uma queda de 12,5%. O setor de serviços foi o único que cresceu 0.6% (as ocupações do setor público cresceram 7,04%).
No gráfico abaixo, verificamos que, no 4º trimestre de 2021, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas ocupadas, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.218. Já no primeiro trimestre de 2022 este resultado apresentou um aumento de 2,5% , ficando em R$ 2,274,00.
A massa de rendimento médio real de todos os trabalhos foi estimada em 702 milhões de reais/mês no primeiro trimestre de 2022, registrando queda de pouco mais de 1% em relação ao trimestre anterior (709 milhões).
Portanto, com o aumento de 13,2% para 14,8% na taxa do Acre, a quinta maior do País, significa que mais de 5.000 pessoas entraram no contingente de pessoas sem emprego, portanto sem renda. No total, o estado soma 56 mil desempregados. Além do mais, dos 321 mil que estavam ocupados, 151 mil estava na informalidade, que corresponde a 47,2% dos ocupados, a décima-primeira maior taxa dentre os estados da federação. Num cenário de inflação em alta, a situação é muito grave e a fome está batendo à porta de muitos lares acreanos. Mais investimentos públicos são necessários. O mercado está longe de resolver essa lastimável situação.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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