A vacinação contra o sarampo está sendo intensificada em Assis Brasil, na fronteira do Acre com a Bolívia e o Peru, após um caso suspeito da doença ser registrado no município. Por meio do Programa Nacional de Imunização (PNI), a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) pretende gerar um bloqueio imunológico. O público-alvo são as crianças de até 5 anos e trabalhadores da saúde.
“Estamos indo para Assis Brasil realizar uma ação nesta sexta-feira, com o objetivo de intensificar a cobertura vacinal. Identificamos um possível caso de sarampo, e por isso a Sesacre agiu rápido para realizar o bloqueio da doença”, destacou a coordenadora do PNI no Acre, Renata Quiles, em publicação feita pela estatal Agência de Notícias do Acre.
O caso foi notificado no último dia 2 de maio, sendo o paciente uma criança de 4 anos de idade. O material coletado foi inicialmente encaminhado ao Laboratório Central de Saúde Pública de Rio Branco (Lacen) para primeira análise laboratorial. As amostras devem ser encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, para nova testagem e contraprova.
A técnica do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), Renata Meirelles, diz que diante de uma suspeita de sarampo não se leva em consideração apenas a questão laboratorial, mas também a epidemiologia do caso, a vacinação e a clínica. Segundo ela, não há casos reportados de sarampo no Peru e no Brasil há apenas dois estados com casos confirmados – São Paulo e Amapá.
O caso em investigação apresentou sintomas como febre, exantema e coriza, sendo que a criança possui duas doses da vacina tríplice viral e não teve contato com casos suspeitos ou confirmados, não tendo sido relatado deslocamento para locais com surtos da doença.
“O município está recebendo o PNI estadual para uma ação de vacinação para público de 6 meses a 39 anos de idade. Todas as ações de bloqueio vacinal do contato com o caso suspeito foram realizadas”, enfatizou Renata Meirelles.
O Acre não registra, oficialmente, casos de sarampo desde o ano 2000. Desde então, casos suspeitos foram notificados em vários municípios do estado, mas sempre tendo sido descartados por critério laboratorial. Em 2018, um caso chegou a ser confirmado pelo Lacen, mas descartado posteriormente em novos testes feitos pela Fiocruz.