A taxa de desemprego no Brasil foi de 11,1% no primeiro trimestre, o que representa estabilidade em relação ao trimestre anterior (11,1%) e queda na comparação com o mesmo período de 2021 (14,9%). É a menor taxa para primeiros trimestres em seis anos, desde 2016.
Apesar do recuo no desemprego, a renda média do trabalhador caiu 8,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o quarto trimestre de 2021, houve aumento de 1,5%.
Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A população ocupada, estimada em 95,3 milhões, caiu 0,5% na comparação com quarto trimestre, o que significa 472 mil pessoas a menos no mercado de trabalho. Ante o mesmo período de 2021, o número subiu 9,4% (mais 8,2 milhões de pessoas).
A estabilidade da taxa de desocupação é explicada pelo fato de não haver crescimento na busca por trabalho no trimestre, de acordo com a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.
Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início do ano. O trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões.
Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE
O rendimento médio real foi estimado em R$ 2.548 pelo IBGE, um crescimento de 1,5% em relação ao trimestre encerrado em dezembro. No entanto, na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve queda de 8,7%.
“Esse aumento é importante, se considerarmos que esse indicador vinha em queda desde o segundo trimestre do ano passado. De modo geral, quando a participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da população ocupada tende a crescer”, explica a coordenadora.
Já a massa de rendimento ficou estável frente ao trimestre anterior. Ela foi estimada em R$ 237,7 bilhões, ficando estável também na comparação com o mesmo período do ano anterior.
A taxa de informalidade foi de 40,1% da população ocupada, o equivalente a 38,2 milhões de trabalhadores informais, sem carteira assinada. No quarto trimestre, a taxa havia sido de 40,7% e, no mesmo trimestre, de 2021, 39,1%.
A queda dos trabalhadores por conta própria na comparação com o último trimestre foi de 2,5%, o que representa a saída de 660 mil pessoas dessa categoria. Desse contingente, 475 mil eram trabalhadores sem CNPJ.
Conforme o instituto, a população subutilizada é de 26,8 milhões de pessoas, queda de 5,4% (menos 1,5 milhão de pessoas) em relação ao trimestre anterior e de 20,3% (menos 6,8 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre 2021.
De acordo com o IBGE, é considerado subutilizada a pessoa que está desempregada, que trabalha menos do que poderia, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga.
Já os desalentados — — aqueles que desistiram de procurar trabalho — somam 4,6 milhões de pessoas, queda de 4,1% frente ao trimestre anterior e recuo de 22,4% (menos 1,3 milhão de pessoas) ante igual trimestre de 2021.
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal.
Por causa da pandemia de covid-19, o IBGE implementou a coleta de informações da pesquisa por telefone a partir de 17 de março de 2020. Em julho de 2021, houve a volta da coleta de forma presencial.
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