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Pessoas com deficiência em 2019 eram 64 mil no Acre 

Brasília - O Dia Nacional de Luta das Pessoas Deficientes é comemorado na Câmara dos Deputados com desfile de modelos com deficiência. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, mostrou que o  Acre possuía 64 mil pessoas com deficiência em pelo menos uma  de suas funções (visual, auditiva, motora de membros superiores  ou inferiores, mental ou intelectual). Este número representava  7,4% da população acreana com mais de 2 anos de idade. A PNS  é um inquérito de saúde de base domiciliar, de âmbito nacional,  realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto  Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) executado, a cada  ano, desde 2013. Nosso objetivo no artigo de hoje é dar conhecimento aos leitores de alguns números  da saúde do Acre em 2019. 


Conforme o IBGE, o objetivo principal de produzir dados em âmbito nacional sobre a situação de saúde  e os estilos de vida da população brasileira, bem como sobre a atenção à saúde, no que diz respeito ao  acesso e uso dos serviços, às ações preventivas, à continuidade dos cuidados e ao financiamento da  assistência. E adicionalmente, tendo em vista as evidências que indicam que os fatores sociais  constituem elementos centrais na determinação do padrão de morbimortalidade, na adoção de  comportamentos saudáveis e na distribuição dos serviços e recursos de saúde, os aspectos relacionados  à equidade ganharam destaque na pesquisa. 


Somente 9,6% da população acreana tinha plano de saúde 


Os gráficos acima destacam três indicadores importantes. O primeiro deles retrata o quanto os acreanos  são dependentes totalmente so SUS para atendimento da sua saúde. Enquanto no Brasil 28,5% da  população possui plano de saúde (médico ou odontológico), no Acre, esse percentual é três vezes menor,  somente 9,6% detêm esse privilégio (83 mil pessoas). Quanto ao indicador de pessoas que tiveram  consulta com um médico nos últimos 12 meses ficou 6,1 ponto percentual abaixo da média brasileira  (76,2%), contra 70,1% no Acre. A atividade física regular, recomendada pelas autoridades de saúde  praticada pelos acreanos (28,9%), também fica um pouco abaixo da média de brasileiros (30,1%). 


Depressão atingiu 35 mil, 6% dos adultos  

A pesquisa também apontou que 35 mil acreanos se referiram a ter sido diagnosticado com depressão  (6% da população maior de 18 anos). A pesquisa mostrou também que 5 mil dos diagnosticados  afirmaram que o caso foi tão grave que limitava as suas atividades habituais.  


12,4% das pessoas com mais de 18 anos, afirmaram que sofreram algum tipo de violência em 2019.  Foram 74 mil pessoas, sendo que 67 mil sofreram violência psicológica e 17 mil violência física. O  percentual do Acre ficou abaixo do verificado para o Brasil como um todo (18,3%).  


A autoavaliação do estado de saúde é um importante indicador da percepção de saúde. A identificação  das características da população que estão associadas a um pior estado de saúde percebido pode  contribuir para traçar um perfil dos indivíduos mais propensos a procurar os serviços de saúde. No Acre,  quase 60%, ou seja, 355 mil pessoas com mais de 18 anos fizeram uma autoavaliação do estado de sua  saúde como boa ou muito boa. Um bom indicador mais está abaixo da autoavaliação do restante dos  brasileiros, onde 66,1% se autoavaliaram com a saúde boa ou muito boa. 



Apenas 6,7% dos acreanos consomem quantidade ideal de hortaliças e frutas  

A grande maioria dos acreanos não consome a quantidade recomendada de frutas e hortaliças. Apenas  6,7% dos adultos tiveram esse consumo de maneira ideal em 2019, no Brasil foram 13%. O  levantamento também apontou que somente 55,1% das pessoas adultas consomem feijão regularmente,  no Brasil o indicador é de 68,3%. Por outro lado, 382 mil pessoas adultas que consumiam peixe pelo  menos uma vez na semana, representando 64,6% dessa faixa etária era maior que o percentual do Brasil  (46,6%). Portanto o acreano, proporcionalmente, come mais peixe que o restante dos brasileiros. 



Tempo de deslocamento ao trabalho de 29 mil acreanos era de mais de 2 horas em 2019

O tempo médio de deslocamento de casa para o trabalho (somando-se os trajetos de ida e volta) era de  4,8 horas por semana no país em 2019, mas chegava a 6,4 horas na média das capitais brasileiras e  ultrapassava as 7 horas nas cidades de São Paulo (7,8 horas) e do Rio de Janeiro (7,4 horas). No Acre o  tempo médio foi de 3,6 horas. É importante observar que é a capital que puxa a média para cima. Rio  Branco é o local com maior tempo gasto nesses trajetos de casa para o trabalho e de volta. 382 mil  trabalhadores ocupados (86%) se deslocavam da casa para o trabalho. Outro dado importante em relação  ao trabalho dos acreanos é que 20 mil pessoas (5,8%) dos trabalhadores ocupados, já trabalhavam num  período entre 20 e 5 horas da manhã. 



Várias outras perguntas de características sociodemográficas dos indivíduos e características do padrão  de vida associadas à ocorrência de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, por exemplo: frequência do  consumo de refrigerantes, frequência e duração da prática de exercícios físicos e do hábito de assistir  televisão estão contidas no documento. Além disso, foram levantadas ainda informações sobre a  frequência do consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas. 


O objetivo da PNS é fornecer subsídio para o planejamento de políticas públicas de saúde para o  enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Assim, será possível visualizar os  indicadores para cada fator de risco monitorado por ano. Dados importantes para o planejamento da  saúde. 



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas