Os deputados Gerlen Diniz (Progressistas), Pedro Longo (PDT) e Roberto Duarte (Republicanos) e Edvaldo Magalhães (PCdoB) abordaram durante a sessão desta quarta-feira, 27, na Assembleia Legislativa, a situação precária em que se encontra a BR-364, principalmente no trecho que liga as cidades de Sena Madureira a Cruzeiro do Sul. O trio não poupou críticas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e também à bancada federal formada por oito deputados federais e três senadores.
Primeiro a abordar o tema, o deputado Gerlen Diniz disse que a situação é precária, débil e perigosa. “É uma situação deplorável, uma vergonha”, afirmou o parlamentar que lembrou sobre a ida da comissão da Aleac que foi em Brasília, conversou com representantes do Dnit e outros órgãos, mas até agora não aconteceu nada na rodovia. “Apelo aos deputados, senadores. Tem de acontecer uma ação emergencial”, pediu. Para Diniz, não há controle de peso no tráfego de veículos, o que contribui para prejudicar ainda mais o leito da BR. “Saindo agora de Rio Branco, umas 11 horas, chega a Cruzeiro do Sul meia-noite se o carro não quebrar no caminho”, lamentou o parlamentar.
“Os parlamentares espalham outdoors falando em milhões, mas não chega um centavo para a rodovia. Nós pedimos socorro. Por favor, nos ajudem”, apelou mais uma vez o deputado estadual à bancada federal. Ele ainda reiterou que a ligação entre o Acre e Pucallpa, no Peru, é “enganação porque as autoridades não conseguem nem cuidar do que já tem”.
Endossando o discurso de Diniz, o líder do governo na casa, deputado Pedro Longo reforçou que os senadores são os responsáveis por alocar recursos para a BR-364.“A responsabilidade pelos recursos para a BR 364 tem nome e sobrenome: os três senadores do Acre, que têm o mesmo peso que os de São Paulo, por exemplo. Os senadores são representantes do Estado e de nossa parte cabe uma cobrança ininterrupta”, disse Longo, criticando, no mesmo diapasão, o preço das passagens aéreas. “Estamos retornando a um período de isolamento”, completou.
Já Roberto Duarte também questionou a ação da bancada federal na melhoria da principal rodovia que corta o Acre, lertando que há um movimento para fechar BR devido à buraqueira desde Rio Branco até Cruzeiro do Sul.
“Em Brasília, nos passaram a informação de que havia R$ 30 milhões, um valor que não dá para fazer nada. O Dnit não tem feito o dever de casa, por exemplo, no trecho entre Rio Branco e Porto Velho (RO) e da capital do Acre até Cruzeiro do Sul é um caos a rodovia. O que foi feito nestes quatro anos? Quanto em dinheiro deputados e senadores destinaram em emendas para manutenção das estradas?”, perguntou ele.
“Quantos federais do Vale do Juruá destinaram emendas para a BR 364?”, questionou Duarte.
O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) pediu em sua fala que o presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), faça motociata pela BR-364 de Rio Branco até Cruzeiro do Sul. Ele que é necessário tratar a questão da rodovia na dimensão que ele precisa. “O filho do presidente da República (Flávio Bolsonaro) veio visitar o Acre e não trouxe nenhuma notícia de investimento e a BR-364 está fechando”, disse.
Magalhães defendeu o ex-presidente Lula que enviou recursos para todas as pontes ao longo da BR até Cruzeiro do Sul. “A rodovia foi interligada no governo de Tião Viana e entregue ao Dnit para cuidar. Todos os anos a BR precisará de recursos para sua manutenção. A estrada que foi entregue para o Dnit estava em melhores condições que hoje”, disse o deputado de oposição pedindo comparações.
“Quem se elegeu falando que ia consertar tudo, deixou pior”, ironizou. Em aparte, o deputado Gerlen Diniz reafirmou ameaça de bloqueios ao longo da rodovia se nada for feito emergencialmente. Edvaldo também pediu recursos emergenciais para recuperar a BR 364. “Ganhou muito voto aqui e abandonou o Acre”, disse, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro.