O ex-ministro Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, afirmou nesta segunda-feira que a única restrição que tinha para negociar uma eventual aliança com os partidos da terceira via está superada após a saída do ex-juiz federal Sergio Moro da disputa ao Palácio do Planalto. O pedetista disse ter conversado com os dirigentes do União Brasil, Luciano Bivar e ACM Neto, em um jantar que tiveram há duas semanas. Na ocasião, os caciques do novo partido o questionaram se ele estava disposto a conversar sobre a corrida presidencial. O União negocia juntar forças com MDB e PSDB numa candidatura única, a ser anunciada em um mês.
— Eu tive um jantar 15 dias atrás com a direção do União Brasil, Luciano Bivar e ACM Neto. Eles perguntaram se eu admitia entrar numa dinâmica de conversa com essas outras pessoas. Eu disse a eles que a mim repugnava a ideia de sentar com um inimigo da República como Sergio Moro. Parece que essa questão está vencida, portanto a única restrição que eu fazia está superada aparentemente — disse.
A fala marca um aceno do pré-candidato pedetista à aliança de partidos da terceira via que eram, até então, alvos de ataques de Ciro, que costuma chamar quadros importantes da sigla, como o pré-candidato tucano João Doria, de “viúvas do Bolsonaro” — devido ao apoio que deram ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no passado.
As declarações de Ciro foram dadas após o lançamento da pré-candidatura da senadora Leila Barros (PDT-DF) ao governo do Distrito Federal. Ao longo do evento, o pedetista também fez acenos ao Podemos e ao senador Álvaro Dias (Podemos-PR). O partido foi a primeira escolha de Moro para disputar a Presidência, antes de migrar para o União Brasil.
— Eu me dou muito com Álvaro Dias há muitos anos. Posso chamá-lo de amigo, nessa coisa de amizade social. Acho que eles saltaram uma fogueira, porque botar o Moro dentro de um partido significa trazer um inimigo da República para o processo político brasileiro — disse Ciro.
Segundo aliados, o pedetista ainda não se encontrou com representantes do Podemos desde a saída de Moro do partido. No entanto, é possível que se reúnam em breve, segundo afirmam interlocutores, já que o maior empecilho, que era a filiação do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro à sigla, não existe mais.
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