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Indígenas denunciam abandono do Estado na Aleac

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A Assembleia Legislativa do Acre realizou nesta quarta-feira (13) uma audiência pública para debater a questão indígena no Acre. Os indígenas estão mobilizados no País inteiro contra retrocessos econômicos, sociais e ambientais. Além de vários deputados, Joaquim Taska, Nedina Yawanawá, Francisco Pianko, Ari Kaxarari, Puruma Shanenawa, Valdenira Hunikui, Petrônio Katukina, Alzirene Hunikui e vários caciques, representantes de organizações não-governamentais, pesquisadores, ativistas e outras lideranças estiveram presentes.


“É uma atividade que os povos vêm realizando há anos para colocar na mesa nossos problemas”, disse Ninawá Hunikui, que denunciou o congelamento das ações voltadas ao indígenas no Acre. “Educação e saúde, principalmente, há uma demanda muito reprimida”, relatou, reclamando também da falta de segurança voltada para as aldeias. Ele pediu prestação de contas dos recursos destinados aos povos.


De acordo com Nedina Yawanawá, são 17 povos no Acre, o que leva a uma representatividade efetiva das comunidades no Acampamento Terra Livre, realizado pela 1ª vez no Estado. “Cansamos de esperar. Infelizmente, o que tem acontecido são retrocessos dos nossos direitos já adquiridos”, disse Nedina.

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O cacique Joaquim Taska apresentou um cântico para invocar forças dos ancestrais – o Canto da Onça. “Vivemos em um Estado bonito por natureza, mas ultimamente temos recebido mais apoio internacional do que do País”, lamentou.



O Acre tem acumulado muito crédito de carbono, mas não o transforma em recursos financeiros. “A FAO dispôs de dinheiro para o Fórum de Governadores, mas o Acre não apresentou proposta”, disse, exigindo que os povos sejam consultados sobre os projetos nesse sentido. “Hoje, o Acre movimenta o turismo graças aos povos indígenas”, completou. “E isso é só no Acre, mas o Estado não valoriza”, afirma Taska.


O cacique Francisco Pianko disse que houve um tempo em que os povos nem apareciam no mapa do Acre e o ordenamento territorial pertencia a outras pessoas, mas hoje há uma definição. No entanto, tentam apagar a história já construída e dizem que vão fazer tudo novo.


O líder Ari Kaxarari disse que muitos atendimentos são negados sob alegação de que existem meios específicos para os indígenas.


Taruma Shanenawa diz que em Feijó as crianças estão pegando pulga em escola improvisada em tenda. Segundo ele, 100% dos povos foram infectados pela Covid-19, mas devido à falta de testagem, ninguém ficou sabendo disso”. “Sobrevivemos na pandemia graças ao conhecimento tradicional”.


Francisco Jaminawa reafirmou o sofrimento de sua nação, no município de Sena Madureira, onde grileiros invadem as terras não demarcadas, ameaçam os índios e até usam armas de fogo para intimidar as comunidades.
Joaquim Maná pede que os índios não abram mão de realizar o Acampamento Terra Livre anualmente ao mesmo tempo em que avancem na formação de líderes. Ele denunciou a vulnerabilidade dos povos com territórios e línguas ameaçadas.



Chico Preto Apurinã alertou para os projetos que estão prestes a serem votados no Congresso Nacional, entre eles o que libera a mineração e flexibiliza acesso às terras indígenas.


Presente no acampamento em Rio Branco, Iberê Guarani, disse que os povos caminham juntos. “Vamos plantar macaxeira em frente da Funai e esperar a colheita”, disse ao reafirmar a luta que se acirra. “Estamos caçando nossos direitos e não vamos voltar para casa sem eles”.


O deputado Daniel Zen disse que no Acre não há um canal de diálogo com os povos. Ele apresentou a criação de comissão permanente de assuntos indígenas na Aleac. O deputado Edvaldo Magalhães avaliou que a audiência permitiu um retrato real da situação dos povos e destacou a denúncia de ameaças e ressaltou que realme…


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