A empreendedora Tainá Abílio de Menezes, de 34 anos, se tornou conhecida após a sua história de luta passar a ser divulgada na internet e ganhar destaque na imprensa do Acre. Ela é a vendedora de bolinhos de chuva, o conhecido bodó dos acreanos, que enfrentou a fome e a falta dos itens mais essenciais a partir da preparação e da venda desse produto tão simples e tão comum no cotidiano da população local.
Mas as dificuldades enfrentadas por Tainá no curso de sua vida não se resumem ao que foi relatado no primeiro parágrafo deste texto. Além da situação de pobreza, ela também foi vítima e teve que vencer uma das maiores monstruosidades que podem ser sofridas por uma mulher, no caso dela ainda na infância: a violência sexual praticada no ambiente doméstico. A jovem batalhadora contou essa história no CipódCast desta sexta-feira (1º).
Tainá detalhou abusos sexuais que sofreu entre os 7 e os 10 anos de idade. Os agressores eram vários – desde o padrasto que tinha nessa fase da sua vida a tios e primos. A violência acontecia sempre no âmbito familiar e contava com a omissão de sua própria mãe que, ao receber denúncias da filha a respeito do que o marido fazia com ela, a acusava de, com apenas 10 anos de idade, querer tomar dela o companheiro.
“Dos meus 7 aos 10 anos, eu perdi a minha infância. Abuso sexual dentro da família mesmo, pessoas da família mesmo. Pessoas que tinham que me proteger, não me protegeram. Eu não tive amor de mãe e de pai, que são vivos. Só tive o carinho do meu avô. Hoje, com 34 anos, eu me lembro, mas não com mágoa, de quando eu falava para a minha mãe o que acontecia e ela dizia que eu queria tomar o marido dela”, relatou.
Tainá também contou que, além da condição de pobreza em que vivia, a maior parte da sua família a desestimulava e dizia que ela não obteria algo na vida que fosse por meio da prostituição. Chegou a ouvir de parentes que nunca seria amada por ninguém. Apesar disso, ela construiu uma família por meio de uma relação de 17 anos que tem com o marido: um filho de 3 anos, uma menina especial de 10, e um adolescentes de 15.
Perguntada sobre como se sente hoje, aos 34 anos de idade, com relação aos abusos que sofreu, Tainá diz que, apesar dos traumas e outras consequências que teve que superar, inclusive no que diz respeito à sua relação com o marido, ela diz que está bem e que não sente mágoas das pessoas que lhe abusaram. Ela diz que conseguiu perdoar e que isso lhe trouxe paz, apesar de conseguir confiar mais nas pessoas que a agrediram.
“Eu não tenho mágoa de nenhum deles, estou bem, apesar dos traumas. Meu marido me ajudou muito, porque afeta na relação, mas a gente se entende. Hoje, eu me sinto aliviada, pois aprendi a perdoar, e perdoei essas pessoas. Quando você consegue liberar o perdão, você sente paz. Eles fizeram o que fizeram comigo, mas é eles com Deus, depois. Eu perdoei, mas não confio mais”, narrou Tainá.
Por fim, a empreendedora revelou que sempre teve vontade de ter a oportunidade de falar sobre o assunto que marcou de maneira definitiva a sua vida, mas que não foi suficiente para fazê-la desistir. A narrativa dela não é vitimista, mas reagente diante de um problema desde sempre muito comum e altamente negligenciado em praticamente todas as sociedades. Vale a pena conferir a história de Tainá Abílio de Menezes na conversa com Whidy Melo, no CipódCast desta semana.
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