Uma das denunciantes da prática de rachadinha pela diretora administrativa e financeira da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Acre (Codisacre), a advogada Valdete de Souza, voltou a ser exonerada do cargo comissionado que exercia na Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
O decreto de exoneração de Silvana Silva de Vasconcelos foi publicado na edição desta quinta-feira (31) do Diário Oficial do Estado (DOE/AC) com data retroativa à última segunda-feira (28). Ela ocupava o cargo em comissão referência CEC-4 e exercia a função de auxiliar administrativa.
Silvana já havia sido exonerada em novembro do ano passado, junto com outra denunciante do caso, Daniela dos Reis Mesquita, mas o ato foi tornado sem efeito pelo vice-governador, Major Rocha, durante viagem do governador Gladson Cameli para participar da COP-26, na Escócia.
A Polícia Civil passou a investigar a prática de rachadinha dentro da Codisacre a partir das denúncias feitas pelas duas servidoras comissionadas que davam conta da exigência prévia de devolução de parte dos salários de quem era indicado para nomeação a cargos na empresa pública.
As denúncias feitas não se resumiram, no entanto, à prática de rachadinha, mas também a constantes episódios de assédio moral e humilhação dos servidores. O caso é investigado pela Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) e Valdete segue à frente da Codisacre desde então.
Em setembro do ano passado, os acionistas da Codisacre resolveram em assembleia geral extraordinária, mesmo diante das denúncias e da investigação aberta pela polícia, manter Valdete Souza no cargo de diretora administrativa e financeira da companhia.
A reportagem entrou em contato com Silvana, que disse não ter sido informada pelo governo do estado sobre qualquer motivação da sua mais recente exoneração, assim como da anterior. Ela também informou que não deseja se manifestar sobre o assunto neste momento.
Ao ac24horas, a advogada Valdete Souza disse que soube por terceiros da nova exoneração de Silvana e afirmou não ter conhecimento da motivação. Sobre o caso, ela nega veementemente todas as acusações, garantindo que não há consistência nelas.
“Não sei o porquê de ter começado tudo isso. Acho que foi motivado pelo meu jeito sincero e bocudo de dizer que quem não quer trabalhar tem que desocupar a moita. Eu não sabia que o serviço público era tão disputado, mas garanto que não guardo mágoas de ninguém”, disse Valdete.