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Amigas acreanas que perderam mães para Covid-19 eternizam saudade com tatuagens iguais

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As vidas de Daniele Cristina Silva, 29, e Renilde Pereira, 38, são marcadas por coincidências. As duas se conheceram na Universidade Federal do Acre, onde se formaram juntas e se tornaram professoras e melhores amigas. Além da profissão, as duas possuíam uma outra coincidência: as mães tinham o mesmo nome.


As duas mamães eram conhecidas por Rosa e, infelizmente, mais uma coincidência marcou para sempre a vida das duas amigas. Dona Rosmilda Pereira da Silva, ou dona Rosa como era conhecida, mãe de Renilde, nasceu no Seringal Valparaiso, região de Cruzeiro do Sul, e tinha 63 anos. Em fevereiro do ano passado, dona Rosa perdeu a luta contra a Covid-19 e faleceu, deixando 8 filhos. Dona Rosa era uma mulher respeitada no Juruá, pois mesmo sendo analfabeta conseguiu fazer história com sua forma de empreender. Tanto que foi homenageada ao dar nome à uma praça inaugurada em Cruzeiro do Sul.

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Já dona Roseli da silva, 52 anos, também conhecida carinhosamente como Rosa, mãe de Daniele, era casada há 33 anos e tinha 4 filhos. Dois meses após a morte da mãe da melhor amiga de sua filha, em abril de 2021, também perdeu a luta contra a Covid-19.
Renilde se emociona ao lembrar da mãe. “A nossa infância no seringal foi muito feliz. Eu lembro do saco de mandioca que eu ajudava a carregar, lembro do gosto do açaí que ela preparava. Com 12 anos, ela e meu pai, os dois analfabetos, resolveram vir para Cruzeiro do Sul. Foi muito difícil, muito duro, mas nós conseguimos. Minha mãe era muito virada, fazia churrasquinho para vender e lavava roupa para fora”, conta.


Ela conta que após a morte da mãe, foi passar alguns dias em Cruzeiro do Sul com familiares e foi quando soube que a família da amiga estava com Covid.”Eu fiquei desesperada, porque a dona Rosa também era diabética. E no final ela sofreu mais do que a minha mãe e infelizmente também não resistiu. Imagina ter perdido a minha mãe e ter que segurar a barra da minha amiga que também havia perdido a mãe?”, diz.


As duas amigas e mais uma outra colega, estavam programadas para fazerem uma viagem juntas. Seria a primeira vez que Daniele e Renilde iriam ver o mar. “Nossa viagem era para ter acontecido no ano passado, justamente quando nossas mães faleceram. Hoje, após um ano, conseguimos realizar esse sonho junto com nossa amiga Sabrina. Choramos muito à beira mar, lembrando muito da alegria que nossas mães sentiriam nos vendo”, conta Renilde.


A dupla resolveu eternizar o amor e a dor da saudade das mães em um gesto idêntico. Nesta semana, Renilde e Daniele fizeram uma tatuagem igual. Como não poderia ser outro símbolo, a tatuagem tem uma rosa e nome “mãe”.


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