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Mais de 100 mulheres aguardam em fila por cirurgias na Maternidade de Cruzeiro do Sul

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A fila de cirurgias eletivas da Maternidade de Cruzeiro do Sul tem cem mulheres à espera dos procedimentos. Três delas estão internadas na unidade, sendo uma de Tarauacá, outra de Porto Walter e mais uma de Marechal Thaumaturgo. Mesmo estando com mioma e sangramento, elas não conseguem ser operadas.


Raimunda Nonata, que é de Tarauacá, está há um mês internada. Maria de Fátima, a de Porto Walter, também está internada há 30 dias na unidade e se queixa de muita fraqueza.


“Estou sangrando muito e nada estabiliza. Na vinda para a cidade, desmaiei três vezes na lancha e tenho problemas cardíacos. Mas vou voltar para casa na lancha sangrando do mesmo jeito até conseguir uma vaga e voltar de novo para cá em mais uma viagem de sofrimento”, conta.

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As três mulheres estão com mioma, o que causa hemorragia. O gerente de Assistência da Maternidade de Cruzeiro do Sul, enfermeiro Fernando Rossi, diz que mesmo elas estando com mioma e internadas não significa que tenham prioridade.


Ele afirma que elas precisarão voltar para suas residências e que seguindo o fluxo do Sistema Único de Saúde (SUS), terão que dar entrada no ambulatório ginecológico da Maternidade e serem inseridas no Sistema de Regulação para ficarem na fila da cirurgia junto com as demais.


“Há uma fila e todas têm que ter os mesmos direitos. As que estão internadas estão sendo medicadas e estabilizadas de forma que possam aguardar pela cirurgia quando chegar a vez delas. A situação não põe a vida delas em risco”, explica ele.


Sobre o fato de as mulheres serem de outras cidades, sendo que terão que enfrentar viagens de barco de cerca de 4 horas, debilitadas por causa do mioma, Fernando diz reconhecer as dificuldades, mas afirma que a regulação é feita por um médico em Rio Branco e defende a regulação regional.


Problema é anterior à greve

Rossi relata que em 2019, quando a atual gestão assumiu, foram realizadas 93 cirurgias eletivas na Maternidade de Cruzeiro do Sul. Em 2020, por causa da pandemia de Covid-19, nenhuma operação foi feita. Em 2021, foram realizadas apenas 18 operações e, este ano, somente 8. A causa da interrupção desta vez, segundo o gerente, é a greve de parte da equipe.


“Quando estávamos nos preparando para retomar as cirurgias com mais regularidade começou a greve. Mas vamos retomar aos sábados e, em seguida, às terças e quintas”, pontua.


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