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Pecuária bovina cresce ano a ano, mas abates caem pelo quinto ano consecutivo

Por
Orlando Sabino

Foi noticiado pelo Instagram do Observatório do Fórum empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre (https://www.instagram.com/observatoriododesenvolvimento/?hl=pt-br), que em 2021, o abate de bovinos caiu pelo quinto ano seguido, enquanto tivemos aumentos no abate de frangos e de suínos. O abate de suínos, no acumulado de 2021, registrou o recorde de 52,58 mil cabeças, representando um aumento de 11% (+5,45 mil cabeças) em relação ao ano de 2020. Quanto ao abate de frangos, no acumulado de 2021, foram abatidas 3,1 milhões de cabeças, aumento de 9% (+ 248 mil cabeças) em relação ao ano de 2020. Os complexos agroindustriais de frango e porco do Alto Acre, são exemplos de modelos a serem implantados nas demais regiões do estado. Por outro lado, além na queda no abate de bovinos, tivemos também queda na produção de Leite. 


No artigo de hoje, vamos explorar o significado da queda no abate dos bovinos.  Teremos como fonte os dados do IBGE, através da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais. Em todo o ano de 2021, no Acre, foram abatidas 325 mil cabeças de bovinos, uma redução de 12% em relação ao ano anterior. O resultado representa o quinto ano consecutivo de queda no abate que vem desde 2016, quando foram abatidos 453,6 mil cabeças. 


 Quais as causas dessa queda se temos um rebanho em crescimento contínuo. No período analisado (1998-2021), 23 anos portanto, o Acre viu o seu rebanho bovino crescer em mais de 4,5 vezes, enquanto o abate cresceu somente pouco mais de 2,2 vezes.


Fonte: IBGE: (2021 – Número de cabeças estimado pelo autor)


Conforme pode ser verificado no gráfico acima, a média de abate dos últimos 23 anos foi de 341 mil cabeças/ano. Portanto, em 2021, já abatemos abaixo da média. Foram pouco mais de 325 mil cabeças. Na série histórica que começa em 1998 com abate de 147 mil cabeças e atinge o seu maior valor em 2010 com 485 cabeças. Desde 2016 vemos a cada ano a quantidade abatida cair.


No gráfico abaixo, medimos o número de abates pelo total do rebanho bovino do estado. É perceptível a queda do % dos abates sobre o rebanho a partir de 2016. Enquanto em 2007, chegamos a abater 19,3% do nosso rebanho, em 20021, vemos essa participação despencar para 8%. Por que a queda, o que está ocorrendo? Realizamos uma rápida pesquisa ouvindo quem entende do negócio da pecuária.



Antes de descrever o que disseram nossos especialistas, vamos a um breve quadro da situação do Brasil no abate de bovinos. Conforme o IBGE, em 2021, o Brasil registrou uma redução de 7,8% nos abates, em relação ao ano anterior. O resultado representa o segundo ano consecutivo de queda, dando sequência ao cenário de retenção de animais, observado desde o início de 2020. Pela análise do Instituto, a valorização recorde dos preços médios dos bezerros e da arroba bovina estimulou a retenção de fêmeas para atividades reprodutivas. causado por retrações em 23 das 27 unidades da federação, inclusive o Acre.


Vamos aos nossos entrevistados. No primeiro Box, temos o Presidente da Federação da Agricultura do Acre, o empresário do agronegócio Assuero Veronez. No segundo temos o também empresário Ivan Rios, este de Sena Madureira. Ivan é também proprietário do frigorífico Frigorios Ltda, localizado no município de Tarauacá. Desde já fica os meus agradecimentos aos dois empresários do setor. 


Box 1: Empresário Assuero Veronez:

Box 2: Empresário Ivan Rios


Concluo dizendo que o setor que possui o maior valor bruto da produção do setor primário acreano, está, a cada ano, deixando de agregar mais valor aos seus produtos. Quando deixamos de abater legalmente, dentro dos parâmetros exigidos pela legislação, estamos perdendo valor. Com esse valor, vão-se os empregos, vão-se os impostos que poderiam ser gerados, vão-se as dignidades de nossos produtores e empresários de frigoríficos, dentre outras mazelas. Não negamos, conforme os depoimentos de dois empresários do ramo, que existem as estratégias de mercado, inerentes aos negócios. Mas, existem outras saídas exequíveis que podem ser usadas, a qualquer momento, pelas autoridades para mudar essa realidade.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas


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