Se o senador Márcio Bittar tem, de fato, interesse na reeleição do governador Gladson Cameli, a sua melhor contribuição será tomar a urgente providência de retirar a candidatura de sua ex-mulher, senhora Márcia Espinosa, seja esta para o Senado ou vice-governadora.
Ora, se Márcia já era um trator D-8 atolado no pântano, em decorrência de sua altíssima rejeição, os últimos acontecimentos a deixaram com lama até a sapata e, ainda por cima, com uma das esteiras caída na vala.
O ex-casal deverá entender que em qualquer relacionamento, inclusive o eleitoral, não basta apenas ter tubos de dinheiro de fundo partidário ou uma enorme estrutura de campanha. É preciso de uma química, um “ quê”; um charme para ser compartilhado com o eleitor.
Começando pelo Vale do Juruá, se a minha percepção politica não estiver completamente errada, o povo da região vai fechar com Gladson e Jessica Sales, independente de ambos estarem em campanhas distintas.
Estamos falando de uma região que detém cerca de 20% dos votos, composta por cinco municípios que não têm tradição de votar em gente de fora quando seus filhos estão no páreo.
Não bastasse o sentimento autonomista e separatista do Vale do Juruá, a pré-candidata da obsessão de Bittar abriu a matraca, tanto para assinar embaixo do pensamento do ex-marido esquerdista convertido ao bolsonarisno de ocasião, quanto para expressar suas asneiras autorais.
O primeiro petardo veio para atingir a universidade pública, uma conquista dos brasileiros e da luta democrática. Sem demérito ou menosprezo a quem se formou em faculdades particulares, mas o “ fino” do pensamento acadêmico, da pesquisa científica, do debate filosófico e social, é originado na academia pública. O sonho de todo jovem que quer subir na vida é entrar numa “Federal”.
O que fez Márcia? Em programas de entrevistas dos sites ac24horas e Notícias da Hora, foi impiedosa e mandou ver: “Universidade não é pra pobre”.
Sem que o povo ainda tivesse digerido a aversão de ambos aos pobres para o acesso ao ensino superior gratuito, o casal foi arranjar mais duas arengas de grande repercussão: Márcio considerou privilégio a vacinação preferencial dos trabalhadores da educação, agiu no Senado para retirar recursos do SUS e Márcia acusou as escolas de ensinarem a achar normal pais terem relações sexuais com filhos, com animais e defenderem a legalização das drogas e do aborto.
Com o debate político ainda em chamas, com labaredas altas e ardentes, alguém da estrita confiança do senador, que tem acesso ao seu aparelho celular, resolveu apagar o fogo com gasolina: jogou no mundo sem fronteiras e sem controle das redes sociais prints de conversas “calientes” extraídas do celular. Nada contra o senador ter 1 ou 20 namoradas. Isso é vida particular e não é da conta de ninguém. Aliás, pelo poder e pelo dinheiro que tem o superman deve ser muito cortejado.
A questão é que isso se monstra incompatível com o discurso de homem de família certinho, de seguidor dos valores da família cristã. Esse é o bizú. Falar uma coisa e fazer outra. Não dá pra chupar cana e assobiar ao mesmo tempo.
Dá-se a essa combinação de derrapadas a denominação de A tempestade perfeita, cujos fatores ocorridos são os seguintes: o orgulho regional ferido, o desgosto educacional, a tentativa de retirar dinheiro do SUS e o discurso de família cristã perfeita reduzido à pó, temperados com a fama de só aparecerem no Acre em tempos eleitorais.
A dupla deverá humildemente entender que não haverá braços em quantidade e força suficientes para desatolar o trator. Mesmo que ambos fiquem de boca fechada até as eleições, o que produziram até o momento já dá de sobra para alimentar a campanha da rejeição.
Em vez de pedir votos, vão gastar a maior parte do tempo se explicando. Se Gladson parar para ajudá-los, correrá o risco de ficar também.
A expressão “tempestade perfeita”, para os ingleses “perfect storm”, se refere à situação na qual um evento desfavorável é agravado pela sequência de outros eventos igualmente desfavoráveis, cuja combinação resulta numa catástrofe. E o desastre é fato.
Assim sendo, melhor pular fora que arriscar uma votação humilhante.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com
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