Acre deve gastar mais que Pará e Roraima com reajuste de servidores

Um levantamento nacional publicado nesta terça-feira (22) mostra que o governador Gladson Cameli poderá gastar R$ 260 milhões a mais com servidores neste ano de 2022. Esse valor é superior ao projetado pelos Estados de Roraima (R$ 210 milhões) e do Pará (R$ 170 milhões).

Baseado em informações dos Estados, apenas Alagoas, Rondônia e Tocantins não estimaram valores. São Paulo, segundo o Port G1, apresenta o maior impacto. O governador João Doria propôs reajuste de 20% para funcionários das áreas de saúde e segurança e de 10% para os demais servidores, além de um novo plano de carreira para os professores. O impacto orçamentário, em 2022, é estimado em R$ 9,4 bilhões.

Nesta quarta-feira (22) a Assembleia Legislativa do Acre começa a destravar a pauta de votações para em seguida, ainda sem calendário, iniciar os debates das propostas apresentadas pelo governo do Estado às categorias.

A folha de pagamento contempla cerca de 51,2 mil trabalhadores ativos, inativos, pensionistas e que possuem cargos em comissão. O governo diz que para uma maioria -cerca de 53% do total -o ganho real do salário será de, no mínimo 26%, podendo chegar até 40%.

Para o governo, os valores anunciados estão “muito acima” do índice da inflação oficial de 2021, que foi de 10,06%. Além do reajuste de 5,42%, válido a partir de abril, servidores que ganham até R$ 4 mil devem receber auxílio-alimentação mensal de R$ 500. Quem antes ganhava R$ 2.462,85, por exemplo, passará a receber R$ 3.096,33. Incremento de R$ 633,48 no salário, garante o governo.

Tudo isso reflete em forte impacto fiscal em ano eleitoral. Na Assembleia Legislativa, oposição e aliados travam um debate verbal e numérico. Um grupo afirma que há sim dinheiro para melhorar a proposta apresentada aos servidores da Educação -um montante que segundo o deputado Daniel Zen, do PT, pode passar dos R$ 260 milhões – e outro grupo lembra que Gladson pegou o Estado com folha atrasada e sob risco fiscal.