O delegado Railson Ferreira, do município de Tarauacá, onde uma bebê indígena morreu após dar entrada no hospital de Tarauacá com sinais de agressão sexual, afirmou na tarde desta quinta-feira (10) que prisões serão feitas no curso das investigações sobre o caso hediondo.
A menina, segundo relato do delegado, apresentava lacerações em toda a região genital e rompimento do hímen, comprovando que o estupro foi cometido. A mãe da criança diz que não sabe o que aconteceu e afirma que a filha estava “apenas gripada e com febre”.
“A mãe trouxe a criança para a cidade no dia 2 de março e só ontem levou a filha ao hospital, o que é muito estranho. A criança tinha lacerações na vagina e no ânus e teve o hímen rompido. Além da mãe, ouvimos outras pessoas e vamos representar por prisões”, afirmou Railson Ferreira.
A criança morta tem 7 meses de idade e é da etnia Katukina, da Terra Indígena Sete Estrelas. Ela deu entrada no hospital de Tarauacá na tarde desta quarta-feira (9) e morreu na madrugada seguinte.
A coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena do Juruá (Dsei), Iglê Monte, disse que ainda há muitos fatos a serem esclarecidos sobre o caso.
“A mãe alega que trouxe a filha para a cidade porque a menina estava doente, mas nós nem fomos acionados e nem sabíamos que elas estavam há 9 dias em Tarauacá. Em casos assim nós somos acionados e buscamos as pessoas na margem do Rio Gregório e isso não aconteceu, o que é muito estranho. Nem a Funai sabia dessa situação, mas estamos apurando tudo”, garantiu ela.
O Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), por meio da Promotoria de Justiça Criminal de Tarauacá, está acompanhando o caso. Segundo o promotor de Justiça Júlio César Medeiros, as providências cabíveis ao órgão já foram tomadas, com instauração de procedimento, contato com as polícias Civil e Militar, além da verificação de todo o processo de atendimento médico de urgência à criança.
“Já conversamos com o diretor do Instituto Médico Legal (IML) sobre o caso, sendo agilizada a perícia com o deslocamento de médico perito de Cruzeiro do Sul, a fim de se realizar o exame necroscópico, e a polícia civil já tem diligenciado. Portanto, reafirmo o compromisso do Ministério Público de combater com rigor todos os casos de estupro de vulneráveis, com a previsão de penas severas”, disse o representante do MP.
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