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Perfil do acreano que vive sem água tratada é jovem e pobre

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Jovens, autodeclarados pardos, e pobres são os que mais sofrem sem saneamento básico no Acre. Publicado em abril de 2021 o estudo ´Benefícios econômicos da expansão do saneamento básico no Estado do Acre´, do Instituto Trata Brasil, analisou o perfil, ganhos e perdas dos acreanos com a falta de água potável e tratamento de esgoto onde vivem -e fez uma relação com o avanço da pandemia da Covid-19.


O maior grupo de pessoas privadas do esgotamento sanitário está na faixa dos 30 aos 59 anos mas um estrato enorme, dos 15 aos 29 anos, somam 25,7% da população sem água tratada (e 25,4% sem esgoto). Sobretudo, de 0 a 14 anos são 29,1% sem esgoto (e 25,9% sem água tratada).

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Mas não é só isso: os que tem renda de até um salário mínimo são 49,1% do grupo privado de saneamento.


Segundo o estudo, analisando os ganhos sociais e econômicos esperados com a expansão do saneamento no Acre e o legado da universalização para o futuro, dois cenários são possível: o de 2021 a 2055, que é a extensão temporal usualmente empregada em contratos de concessão ou subconcessão, e o subperíodo de 2021 a 2040, que foi a extensão de tempo definida pelo novo marco regulatório do saneamento. Os investimentos a serem realizados nos próximos 35 anos devem somar R$ 1,439 bilhão em valores correntes, o que seria suficiente para incorporar quase 590 mil pessoas no sistema de distribuição de água tratada e cerca de 830 mil pessoas no sistema de coleta de esgoto.


Governo e prefeitura de Rio Branco, onde se concentra a maior questão sanitária do Estado, decidiram reverter o sistema do Depasa ao Saerb, re-municipalizando o abastecimento de água na capital, e ainda não manifestação objetiva quanto à privatização já iniciada pelo BNDES.


Até 2055, os benefícios devem alcançar R$ 6,8 bilhões, sendo R$ 1,7 bilhão de benefícios diretos (renda gerada pelo investimento, atividades de saneamento e impostos sobre consumo e produção) e R$ 5,1 bilhões devido à redução de gastos associados às externalidades. Os custos no período devem somar R$ 1,3 bilhão, assim, os benefícios, já descontados os gastos necessários, devem ser de R$ 5,5 bilhões, indicando um balanço social bastante positivo para o Estado.


Entre 2021 e 2055 estima-se que os ganhos com a redução de problemas de saúde e custo com horas pagas e não trabalhadas em razão do afastamento por diarreia ou vômito e doenças respiratórias deve chegar a R$ 156 milhões graças ao avanço do saneamento. Haverá redução das despesas com internações por infecções gastrointestinais e respiratórias na rede hospitalar do SUS.


Ainda no universo de tempo até 2055 se espera um crescimento na geração de empregos e renda pelos investimentos na expansão das redes num patamar de 9 mil postos de trabalho na região. A renda gerada pelos investimentos e atividades deve alcançar R$ 1,7 bilhão até o final do período.


Aos moldes do que foi analisado anteriormente, fazendo o balanço da universalização da coleta e tratamento de esgoto e acrescendo os ganhos do legado deixado, totaliza-se ganhos de bem-estar da ordem de R$ 8,5 bilhões. Além disso, a despoluição dos mananciais, rios, córregos e lagos da região, com ganhos ambientais inestimáveis, será um grande legado da universalização do saneamento no Acre.


“Os dados indicam que, em 2019, a privação de saneamento estava fortemente concentrada na população jovem, autodeclarada parda e mais pobre do estado. Se, de um lado, o perfil da privação dá uma coloração fortemente social dos déficits de saneamento no Acre, de outro, a universalização do saneamento traz consigo a inclusão social”, conclui o Trata Brasil.


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