William Cordeiro da Silva, de 24 anos, foi absolvido da acusação de ter matado o padrasto e tentado assassinar a própria mãe. A decisão é da juíza Luana Cláudia de Albuquerque Campos, da Primeira Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco. O jovem já tem uma condenação por executar a esposa com mais de 20 facadas.
A principal argumentação da magistrada para a decisão foi um exame pericial de insanidade mental. Por medida de segurança, ele permanecerá internado por dois anos, devendo ser reavaliado depois desse período. Como o Estado não tem hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, a internação deverá ser cumprida na área de saúde mental do presídio.
O laudo apontou que o réu era portador de doença mental à época da ação penal. Quando foi ouvido em juízo, o perito médico confirmou que a doença se enquadra na forma psicótica e o fato de o denunciado escutar vozes que o mandavam matar o padrasto retirava-lhe a capacidade de entendimento e de autodeterminação no momento do crime.
Mesmo com o laudo e o depoimento do médico legista em juízo, no qual verificou que o acusado é incapaz de entender o ato ilícito que praticou, o Ministério Público do Acre pediu que o réu fosse pronunciado para responder pelos dois crimes em júri popular. O principal argumento do promotor foi que no ano passado William foi condenado a 21 anos de prisão por matar com 50 facadas a sua mulher, Maria José Silva de Souza.
Em resposta ao questionamento do MP, o médico disse que o acusado pode apresentar intervalos lúcidos em manifestações neuropsiquiátricas. Além disso, na entrevista como o réu, segundo o profissional, foi possível distinguir entre o delito praticado por forte emoção de ira e ressentimento no caso da esposa e decorrente da morte do padrasto.
Por ser o réu inimputável, a juíza Luana Campos o absolveu e estabeleceu medida de segurança de internação de 2 anos, com novos exames no final do prazo.
Três meses depois de matar a mulher, William Cordeiro da Silva já estava em liberdade e morando com a mãe no bairro Novo Calafate. Na noite do dia 22 de janeiro de 2020, ele se desentendeu com o padrasto, Hudson Martins da Silva, matando-o a pauladas e facadas e ainda tentou matar a mãe, por ela ter interferido na briga para evitar o assassinato do marido. Atualmente, ele está recolhido ao presídio Dr. Francisco d’Oliveira Conde.
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