Ciúmes e arengas fazem parte da vida de qualquer casal. Entre tapas e beijos casais se separam e se reconciliam. Alguns casamentos são mantidos apenas em aparências etc e tal. Como dizem os franceses: c’est la vie.
“Até que a morte os separe” é uma boa intenção, mas, infelizmente, os desassossegos da vida nem sempre deixam a despedida da ordem papal ser feita à beira de um caixão.
Aliás, é melhor separar que viver no inferno. Cada um tem o direito de seguir novos caminhos a procura de outros horizontes, de buscar a tão sonhada e utópica felicidade.
Cenas de ciúmes são testemunhadas pelos filhos, pelas paredes, pelos vizinhos, por amigos, mas nos tempos cibernéticos as câmeras por todos os cantos estão de prontidão para registrar os flagrantes.
E mais: ninguém tem nada a ver com a vida de ninguém.
Cada um que cuide da sua.
Mas, no caso que viralizou durante a semana, no Acre, o povo tem todo direito de saber.
Sem que ninguém perguntasse, sem que ninguém quisesse saber, o exemplar casal Márcia e Márcio foi ao palco anunciar que estava separado. Que o amor havia apenas mudado de forma.
As redes sociais inverteram a ordem do fuxico: se antes um “babado” precisava da corrente de competentes bocas de matildes e candinhas, atualmente os “ babados” são expostos pelos próprios protagonistas.
Ato contínuo, Márcio tornou como obsessão a eleição de sua ex-esposa para uma vaga do Senado.
Embora nos quatro cantos do Acre muita gente estranhasse essa atitude, por mim, até aqui, tudo bem. Ele não é o primeiro e nem será o último a agir assim.
Os ex-senadores Eduardo Suplicy (PT) e Romero Jucá (MDB) sempre foram cabos eleitorais de suas ex-mulheres.
Eu poderia escrever em 10 ou mais folhas de papel minhas divergências contra a candidatura dela, mas vou resumir em apenas uma: não vejo uma qualidade sequer para esta senhora ser representante política do Acre. Respeito a vontade e o voto daqueles que enxergam isso, mas para mim a empreitada não passa de um desprezível projeto político familiar.
O fato é que o vídeo extraído de uma reunião na Câmara Municipal de Rio Branco, onde o ex-casal fora anunciar a suposta liberação de R$ 200 milhões para a capital, sugere algo gravíssimo.
As imagens mudas, por si, revelam não tratar-se de uma ceninha de ciúmes qualquer causada por uma ligação telefônica indesejada.
A cena sugere uma fraude. Sinaliza que a suposta separação matrimonial é um engodo. No popular: um engana besta.
O “x” da equação não é a separação. Tenho muitos amigos e amigas que se separaram. Aliás, eu também me separei. O povo está “ cagando e andando “ para esses rolos de casa e separa de tantos casais.
O “x” da questão é a farsa e quais os objetivos inconfessáveis disso.
Ora, se um político é capaz de simular uma suposta separação, de que mais ele não seria capaz? Capaz de tudo.
Se não bastasse, a situação do ex-casal, ou casal, não é bem vista pelo imenso lado bom do influente povo evangélico que não guarda a fé na prateleira.
Luiz Calixto escreve todas às quartas-feiras no ac24horas.com
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