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Toda vitória limpa será aplaudida

Por
Valterlucio Campelo

Recebi nesta quarta-feira um pequeno vídeo enviado por um amigo, no qual a bancada de jornalistas da ex-TV trata da tragédia de Petrópolis e, num esforço grotesco de jornalice politicamente engajada, praticamente atribui ao Governo Bolsonaro a culpa pelo desastre.


Tem horas que o gorgomilo não suporta a calhordice “jornalística”.  A lógica do analista de araque é de que as inundações são causadas  pelas mudanças climáticas e, sendo o Bolsonaro um “negacionista” climático, a culpa é dele. A imprensa putrefata consegue, desse modo, empilhar mais um tijolo no muro da mentiras que ergue desde que seus aliados e mantenedores obscuros deixaram o poder.


Em primeiro lugar, a premissa é falsa. As chuvas que resultaram na enchente em Petrópolis não são devido às mudanças climáticas, elas são um evento climático, ou seja, a própria mudança climática e, obviamente, nenhum ser na terra pode ser responsabilizado por algo que acontece – a mudança climática, desde que o mundo é mundo. O que, em tese, poderia ser evitado ou minimizado é o estrago humano e material feito pela enchente se, por acaso, a linda cidade de Petrópolis não tivesse crescido morro acima e espremido a drenagem natural das águas pluviais. Planejamento urbano e investimentos ao longo do tempo certamente teriam  mitigado as consequências da enxurrada a que assistimos.


Em segundo lugar, como a esquerda apropriou o termo “negacionista”,  ele serve para qualquer negócio. Neste caso, o zumbi da Globo reforça-o como selo e atribui ao governo um “negacionismo ambiental” fantasioso, que não resiste a qualquer análise objetiva. O que o governo Bolsonaro nega não é a mudança climática, nem poderia, dado que é evidente e eterna, mas os meios financeiros de sustentação da canalhice que se nutria em volta do tema sem qualquer benefício para o Brasil, pelo contrário, ratificando a superação da soberania nacional sobre a Amazônia, e marchando rumo ao globalismo totalitário que não se efetivará sem uma correspondente tirania ambiental. 


Com premissas falsas, a conclusão, nos ensina a lógica elementar, só pode ser falsa. É o caso. A tragédia de Petrópolis, considerada como os efeitos terríveis em mortes e perda de patrimônio público e privado, deve-se única e exclusivamente a quem, tendo mandato para tal, não cuidou de proteger a cidade contra essa possibilidade, o que, aliás, já aconteceu ali pertinho, em Teresópolis, no ano de 2011.


A rigor, neste caso, a canalhice da imprensa defunta apenas cumpre um rito que vem sendo adotado desde 2019, sem trégua nem descanso. Criaram um espantalho em torno do Bolsonaro e batem nele permanentemente como se fosse o próprio. O filósofo alemão Arthur Schopenhauer explica isso como técnica da ampliação indevida para ganhar um debate.


Paralelamente, cuidaram de criar uma espiral do silêncio, contando para isso com a minimização ou supressão rasa de qualquer notícia favorável ao governo, com a justiça através de decisões esdrúxulas e ativismo judicial impróprio, para dizer o mínimo, e, ultimamente, com a investida sobre as redes sociais. 


Em resumo, apenas o lado progressista tem voz, o outro é sempre “negacionista” de alguma coisa (selo de más lembranças) e emissor de fake news. A justiça garante a operação tendo à mão as longas caudas de excelências importantes no Senado e na Câmara dos Deputados. Não bastasse o ataque diário ao Governo, inclusive de ministros fascinados por microfones, e a espiral do silêncio imposta à sociedade, o Sistema possui o controle do processo eleitoral, diga-se, do TSE. Como se vê, o circo está armado para uma inescapável derrota de Bolsonaro.


Ao vermos, em declarações públicas, três ministros do STF juntarem-se como um triunvirato para proferir esquisitices contra a Rússia, ameaçar a liberdade de expressão e amedrontar a nação, é de se perguntar quais os limites da república. Basta ouvir as barrosidades proferidas nesta quinta-feira durante a posse do coleguinha no TSE, para perceber o ataque panfletário anti-bolsonarista de quem deveria guardar uma independência mínima, para se apresentar isento e merecer respeito. A militância política no nível do STF não é apenas indecente, é inaceitável.


Em absoluto, o que causa estranhamento não é a alternância do poder. É do jogo democrático que assim seja, que o poder político seja móvel em todas as direções. A questão que se apresenta é que da forma como está sendo tramada, essa possível alternância resultará da destruição de elementos básicos de uma democracia, a saber, a liberdade de informação, da qual decorre a livre escolha e a igualdade de tratamento entre os competidores.


Esperemos que não avance mais ainda a marcha da insensatez. Há limites que não podem ser ultrapassados sob pena de quebra dos laços que amarram as pontas desse tecido social. Toda vitória precisa ser limpa para ser. Do contrário, Não É e, não sendo, saindo por qualquer modo enlameada das urnas, não pode ser reconhecida.



Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no ac24horas e, eventualmente, em seu BLOG, no site LIBERAIS E CONSERVADORES, de Percival Puggina e na Revista Digital NAVEGOS


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