A estudante da Universidade Federal do Acre e jornalista, Julia Beatriz Castro Couto, 20 anos, neta de seringueiros do Vale do Alto Acre, esteve recentemente na Serra do Divisor, localizada na fronteira do Acre com o Peru, onde decidiu acampar em busca de um encontro com o lendário Mapinguari – um bicho peludo com um olho na testa, a boca no umbigo, coberto de pêlos vermelhos, que tem uma espécie de armadura parecida com casco de tartaruga ou pele parecida com a de jacaré, o que dificulta que seja abatido por caçadores.
Beatriz destacou que teve a vontade de encontrar com um dos maiores mitos da história acreana ainda na infância. “Quando criança, eu ouvia as histórias de meus avôs Tabosa e Zeca. Eles falavam muito sobre as pessoas terem avistado o Mapinguari nos seringais próximos onde eles cortavam seringa e por isso, sinceramente, até hoje acredito que Mapinguari existe”, conta Julia Couto.
A acadêmica publicou em suas redes sociais fotos da viagem que fez até Mâncio Lima (AC), para conhecer o Parque Nacional Serra do Divisor, na região mais ocidental do país. Na ocasião, Julia Beatriz conheceu e se tornou amiga de Miro, dono de uma das três pousadas que atende turistas que viajam para a região. Coincidentemente, Beatriz disse que o proprietário da pousada afirmou ter tido um encontro com o Mapinguari na Serra do Moa. “O lendário correu atrás dele, ele até gravou um vídeo que relata que o lendário seria de estatura mediana e tem uma aparência assustadora”, ressaltou.
Fascinada pela história de Miro, Julia e mais duas pessoas do grupo de excursão decidiram acampar na Cachoeira do Mapinguari e no topo da Serra do Moa durante 4 dias na tentativa de encontrar o Mapinguari. “A gente sofreu demais, sentindo um pouco de medo e também sendo lambidos por umas abelhinhas típicas da serra que não deixam a gente em paz”, relata Julia Beatriz.
Baseada na caçada ao Mapinguari, feita pelo ornitólogo norte-americano David Oren, Julia Beatriz acampou a 461 metros de altitude acima do nível do mar, no entanto, apesar do esforço, o grupo não conseguiu sequer ouvir gritos de mapinguari. “Acampamos próximos ao mirante morrendo de medo. Estava com medo dos bichos e de talvez aparecer índios isolados, onças e até mesmo o Mapinguari. Mas, mudei de ideia ao observar o luar e o céu mais iluminado que eu já tinha visto. Foi quando me senti totalmente conectada com a natureza. Aquela região precisa continuar sendo protegida”, explicou.
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