Até o mês de maio deste ano, Cruzeiro do Sul contará com uma base do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), que funcionará no quartel da Companhia de Policiamento Especializado, antiga sede do COE na região central da cidade.
“A base central do Gefron será em Senador Guiomard, mas pelas condições estratégicas do Juruá e com a implantação do Centro Integrado de Comando e Controle, teremos aqui em Cruzeiro do Sul uma base do Gefron em período integral”, explicou o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Cézar, destacando que o governo do Acre chama para si a responsabilidade de enfrentar crimes transfronteiriços e criar e treinar tropas especializadas para essa atuação.
“É desafiador e uma demonstração de compromisso com a sociedade. Esse momento é a consolidação de uma proposta que desafia o atual formato do sistema integrado de segurança pública do país. Isso é fruto de um governo visionário”, pontuou.
O Acre tem 2.183 quilômetros de fronteira com o Peru e a Bolívia, países produtores de drogas como cocaína. Os 54 homens que atuarão na base do Gefron de Cruzeiro do Sul, de outras cidades do Acre e de outros Estados, estão passando pelo 1° Curso de Policiamento de Fronteira, ministrado pela secretaria de Segurança Pública- Sejusp em parceria com o Batalhão de Infantaria e Selva- 61° BIS.
Na abertura do Curso, ocorrida nessa sexta-feira, 11, no Teatro dos Nauas, em Cruzeiro do Sul, o governador Gladson Cameli destacou que o momento não é de ” jogar” a responsabilidade sobre a segurança na fronteira exclusivamente para o governo federal.
“Proteger a fronteira é proteger o cidadão e esse é o nosso papel. Aqui assumimos nossa responsabilidade e não deixamos tudo para o governo federal. Nossas forças de segurança estão nas fronteiras e isso reduz o crime de tráfico e por consequência outros crimes. Em homicídios violentos por exemplo, tivemos a maior redução do país”, enfatizou Cameli.
O curso terá duração de 60 dias com treinamentos de sobrevivência na selva, combate à guerrilha, sobrevivência policial, combate aos crimes de fronteiras, instruções voltadas aos aspectos jurídicos das ocorrências típicas em fronteira, atendimento pré-hospitalar em combate, georreferenciamento aplicado à segurança pública na fronteira e outras noções.
Além de Policiais Civis, Militares e Bombeiros do Acre, há membros das forças de segurança dos Estados de Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e um Policial Federal do Rio de Janeiro.
O curso será desafiador para os participantes. Segundo o coronel Ulysses, um dos coordenadores, dos 54 que começaram, “a metade deverá se formar”.
O coordenador-geral do Gefron no Acre, coronel Assis Martins dos Santos, destacou que os operadores da segurança, aguardavam há muito tempo por essa oportunidade. “O curso vai valer a pena, pois forjará guerreiros de operações nas fronteiras”, enfatizou.
Desde a criação do Grupo Especial de Fronteira , em 2019, o Gefron, já apreendeu cerca de duas toneladas de entorpecente no Acre. Ao longo desses três anos, entre as apreensões de armas, munições, explosivos, entorpecentes e mercadorias contrabandeadas, o grupo deu um prejuízo de cerca de R$ 31 milhões ao crime organizado.
As ações do Gefron incluem patrulhamentos fluviais e terrestres, abordagem de pessoas veículos, barreiras fixas nas rodovias e operações de caráter emergencial.