A investigação que levou a Polícia Federal a abrir a Operação Atacante nesta terça-feira (8) teve início em agosto do ano passado a partir de uma denúncia do setor de Tecnologia de Informação da Caixa Econômica. No último semestre, os investigadores buscaram entender como os sistemas do banco foram invadidos e dados de correntistas foram alterados para desviar dinheiro das contas e cadastrar cartões indevidamente. Os prejuízos podem chegar a R$ 137 milhões.
O próprio sistema da Caixa alertou para tentativas atípicas de entrada na rede interna do banco e para operações suspeitas no sistema de gerenciamento de cartão de crédito. Pelo menos 3.617 CPFs foram afetados e 3.781 foram cartões emitidos indevidamente, aponta a investigação.
Um dos suspeitos de envolvimento no ataque cibernético foi preso preventivamente na operação de hoje. Sem vínculo formal de emprego desde 2012, George Reginaldo consta como sócio de uma empresa que, segundo a PF, seria de fachada. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) alertou para movimentações atípicas de ao menos R$ 9,1 milhões, entre outubro de 2016 e junho de 2019, em contas ligadas a ele.
Ao autorizar a PF a cumprir o mandado, o juiz Ali Mazloum, da 7.ª Vara Criminal Federal de São Paulo, concluiu que a prisão é necessária para garantir a continuidade da investigação e prevenir eventuais tentativas de obstrução.
“Quanto ao investigado, conforme avaliação ministerial, há fortes elementos de tratar-se do “invasor” dos sistemas da CEF, o que revela capacidade fora do comum de utilizar dispositivos eletrônicos, fraudando e alterando informações, sendo, portanto, imprescindível para as investigações o afastamento de George Reginaldo de tais dispositivos eletrônicos, para que se dificulte a destruição de eventuais provas obtidas nos dispositivos eletrônicos apreendido”, diz um trecho da decisão.
A PF também cumpriu três mandados de busca e apreensão na capital paulista e nos municípios de Ribeirão Preto (SP) e Guarujá (SP). Durante as buscas, equipamentos de informática, documentos e veículos foram apreendidos.
Os crimes investigados são estelionato e associação criminosa. A partir do material apreendido, os policiais federais querem identificar quem mais participou do ataque hacker e das fraudes.
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