A taxa de desemprego recuou para 11,6% no trimestre que foi de setembro a novembro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No trimestre móvel anterior, de julho a setembro, a taxa havia sido de 12,6%.
O número de desempregados diminuiu 10,6% nesse período, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas a menos nesse grupo, que totaliza agora 12,4 milhões.
Em relação ao mesmo período de 2020, a queda é de 14,5% (2,1 milhões a menos em busca de trabalho).
Já na comparação com o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas ocupadas aumentou 3,5%, o que corresponde a 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho, diz o IBGE.
O nível de ocupação, que corresponde ao percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, avançou 1,7 ponto percentual de um trimestre móvel para o outro, a 55,1%.
Os números indicam uma trajetória de recuperação do mercado de trabalho nos últimos trimestres, destaca o instituto, mas também refletem a “sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, em nota.
O comércio foi o grande responsável por esse avanço, destaca o estudo. O setor absorveu 719 mil pessoas a mais nos três meses até novembro em relação ao período anterior, uma alta de 4,1%.
A indústria também contribuiu, com crescimento de 3,7% nas contratações no período, o que representa um acréscimo de 439 mil pessoas.
Já o segmento de alojamento e alimentação, destacado pelo IBGE como um dos mais prejudicados desde o início da pandemia de Covid-19, mostrou alta de 9,3% no contingente de trabalhadores, ou 438 mil empregados a mais.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado aumentou 4% no período (acréscimo de 1,3 milhão de pessoas), seguindo tendência dos trimestres anteriores.
“No setor privado, os segmentos de comércio, indústria, saúde e educação e de tecnologia da informação e comunicação foram os que mais expandiram a sua ocupação com trabalhadores com carteira assinada”, diz a pesquisadora.
O número de pessoas empregadas sem carteira no setor privado também subiu, com aumento de 7,4% (adição de 838 mil pessoas). Frente ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 18,7%.
O número de trabalhadores por conta própria também cresceu: o aumento foi de 588 mil pessoas (2,3%) em relação ao último trimestre e de 3,2 milhões (14,3%) frente ao trimestre encerrado em novembro de 2020. Na categoria dos trabalhadores domésticos, o aumento na ocupação foi de 6,0% frente ao trimestre anterior e de 22,5% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
Apesar do aumento no contingente de trabalhadores, a pesquisa mostra que as pessoas estão ganhando menos. O estudo destaca que, mesmo com a massa de rendimento real habitual estável em R$ 227 bilhões, o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior, para R$ 2.444, o menor já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
“Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, explica Beringuy.
Enquanto isso, a taxa de informalidade se manteve estável na comparação com o trimestre móvel anterior, em 40,6%, apesar do aumento no número de trabalhadores informais.
A especialista destaca que, do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal.
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