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O demônio da boate Lua Azul: Bebeu, fumou e dançou com uma crente desviada!

Isso aconteceu em uma terça-feira de carnaval no início dos anos dois mil quando empresários da cidade criaram a boate Lua Azul, na avenida Getúlio Vargas. Bem nas proximidades da Prontoclínica, onde existe nos dias de hoje um depósito de madeira.
A boate Lua Azul era muito frequentada, principalmente por jovens. Uma tentação para adolescentes evangélicos. À época, até existia um ditado que os pastores falavam: “Quem vai pra boate é crente Raimundo, um pé na igreja e outro no mundo”.


O que atraía também as pessoas para lá era uma bebida chamada de “bebida do capeta”. Uma mistura de vários destilados com energético que dava pressão a noite inteira. O resultado era uma ressaca desgraçada, mas que no próximo final de semana ninguém nem mais lembrava.


Pois bem, a festa da carne rolava como muita bebida, sensualidade, lubricidade e volúpia. Mas a noite de terça-feira, último dia do carnaval na boate Lua Azul, foi macabra. Quem estava lá contou que por volta da meia-noite o diabo apareceu a caráter na festa. De rabo, chifre, língua de cobra, olhos vermelhos e tudo o mais que lhe é peculiar ao estilo medievo.
Embalados pelo álcool, pela falsa alegria que ele produz, pensavam se tratar de alguém fantasiado de capeta tal a originalidade da suposta fantasia. Que nada, era o próprio, o caramunham, a coisa feia. O vil tentador resolveu dar as caras na boate Lua Azul. Foi ao balcão, pediu a bebida que levava o nome dele, degustou, papeou com alguns jovens e resolveu dançar para impressionar.


Uma jovem morena, cabelo até a cintura, rosto oval, olhos vivos e brilhantes, sorriso largo e verdadeiro, vestida de calça jeans, camiseta e tênis, esbanjando felicidade foi convidada a dançar com o sujeito que, até então, pensavam se tratar de alguém fantasiado mesmo.
Rodopiavam para um lado e para o outro, todos aplaudiam o casal dançante até que…o bicho sumiu no ar! Escafedeu-se mesmo. Sumiu de uma vez só deixando apenas uma fumaça cinza e um cheiro de cifre queimado. Alguns presentes falaram que era enxofre.
Tal assombro fez com que a jovem que dançava com ele desmaiasse (depois soube-se que era uma crente desviada). Ficou desacordada. O alvoroço na boate Lua Azul foi grande. A notícia se espalhou como rastilho de pólvora. “O diabo tá na boate Lua Azul”; “Era o diabo mesmo, não era fantasia coisa nenhuma”, “A menina que dançava com ele desmaiou quando ele sumiu”.


Manhã seguinte a cidade estava cheia de tantos outros comentários que se alastraram por toda a parte, principalmente de que o diabo em pessoa foi dançar o carnaval na boate Lua Azul.


A prova da visita dele foi apresentada por colegas da imprensa que frequentavam a Lua Azul. Duas fotografias: uma do capeta abraçado com jovens no salão (tipo selfie) e a outra da irmãzinha desviada desmaiada, caída no chão, com várias pessoas em volta tentando reanimá-la.


Depois disso a boate Lua Azul nunca mais foi a mesma. Muitos jovens crentes que saíam escondidos dos pais correram a pedir perdão. Voltaram para as igrejas. Aos poucos, a Lua Azul foi perdendo os clientes que não gostaram da inspeção do próprio capeta até que fechou as portas. Há quem diga que tudo foi uma armação dos concorrentes da boate Lua Azul. Fizeram toda a encenação para falir o empreendimento.


Porém, se alguém duvida, pergunte para colegas repórteres cinematográficos. Eles frequentavam o local e eram testemunhas oculares dos acontecimentos. Da visita que o diabo fez na boate Lua Azul naquela sinistra terça-feira de carnaval. Ainda hoje deve existir por aí, em alguma gaveta esquecida, as fotografias que rolaram de mão em mão na época porque não existiam redes sociais. O fato foi sinistro mesmo, digno de a Netflix fazer um episódio do “Black Mirror”. O caso foi comentado pela população de Rio Branco por anos como o “diabo da Lua Azul”, como ainda se diz nos dias de hoje.