Pão de milho, carne moída, ovos e cheiro verde foi o café da manhã antes de sairmos rumo à comunidade Iracema. Jerry abriu a porta do carro e avisou que já era o almoço, enquanto eu embarcava com Danilo e o Jaelson, felizes em saber que conheceríamos novos amigos.
O tempo parecia nublar de tanta poeira que subiu no ramal Iracema. Paramos primeiro na casa do Zé Basculho, ele já estava para o roçado. Conversamos com dona Chaguinha enquanto seu filho foi chamar seu Zé, que logo chegou e nos contou histórias do tempo que os trabalhadores começaram a se organizar em Assis Brasil, falecido Sandoval estava em todas, no coração dos companheiros parece que ele nunca se foi.
Adiante encostamos na casa do Zé Baixinho, na parede da sala um museu de histórias da luta dos trabalhadores e das diversas eleições travadas, Sandoval, Manelzinho e Eliane estavam presentes nos cartazes e santinhos, Izaias e Nilcio também. Seu Zé e seu filho Nego nos convidaram para almoçar, mas, tivemos que agradecer o convite, tomar mais um gole de café e seguir viajem.
De lá retornamos a um seringal de cultivo que chama atenção na beira do ramal, a colocação Três Irmãos, do presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais, Isaías. As seringueiras ainda choravam, quando passamos por elas no caminho. Isaías estava deitado nas tábuas frias da varanda, sem levantar nos mandou subir. Tinha acabado de almoçar, depois de prensar a borracha e descansava para ir bater feijão.
Dona Alencia nos convidou para almoçar, cardápio de encher a boca d’água: arroz, torresmo, feijão e carne cozida. Enquanto batíamos colher nos pratos esmaltados, Isaías se gabava da borracha que extraiu no primeiro semestre do ano, destacando com orgulhado danado o fato de nas matas de sua colocação ainda haver a predominância de macacos, araras, porquinhos e até veados.
Adiante, Jerry seguiu para outros compromissos. Ser prefeito exige dedicação exclusiva e muita disposição. Agradeci a companhia e segui sob os cuidados do companheiro Elias. Fomos dormir na comunidade Cumaru, onde mora boa parte da família do Elias, para no dia seguinte participarmos da caminhada do Bom Sucesso. É bonito de ver o respeito e forma como as pessoas da zona rural se tratam, era “bença, tio” pra lá, bença, padim pra cá.
A noitinha estacionamos na casa do Loy, tio do Elias e irmão do meu amigo Manelzinho. Lá é a penúltima colocação do Cumaru, a última é a do saudoso Dé, pai do Elias. Ficamos na cada do Loy, jantamos uma nambu torrada com porco e torresmo. Depois do banho frio, passamos horas na varanda ouvindo Loy e seu filho Enage contarem várias histórias de caçadas.
O frio da noite de lua crescente e os sons da mata nos fizeram adormecer lentamente. Lembrei de quando conheci a comunidade pela primeira vez, há alguns anos. Olhando, percebi o quanto ela cresceu e tem novos moradores. Coberto dos pés à cabeça na rede que balançava mansinha, sonhei com os bons dias que ainda vamos viver.
Cesário Braga escreve todas às sextas-feiras no ac24horas.com
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