Um vídeo gravado pelo motoboy Taylom Souza dos Santos, de 23 anos, mostra a situação que enfrentou na madrugada da última terça-feira, 11, enquanto prestava serviço no Máfia Lanche, tradicional lanchonete da capital acreana.
Ao ac24horas, contou que ao final de seu expediente, quando o relógio marcava 3 horas da madrugada, teve seu sanduíche e parte do pagamento das taxas de entrega negados pelo proprietário do estabelecimento.
O motobou alega ter sido vítima de uma grande humilhação. À reportagem, o jovem relatou que havia sido contratado para prestar serviço de entrega no dia 6 de janeiro e que o acordo era que ele iria trabalhar até às 3 horas da madrugada. O valor acertado como pagamento foi o valor das entregas, uma taxa extra de R$ 20 reais e um sanduíche, que serviria de janta no meio do serviço.
Porém, no dia 11, Taylom disse que no horário acordado, informou ao dono que não iria realizar mais fazer entregas. Inconformado com a situação, o dono da lanchonete, César Rocha, começou uma discussão com o entregador.
“Nós tínhamos combinado para fazer esse extra. Na sexta, eu fui ver e combinei com o filho para ir das 19h às 3h da madrugada. Mas na terça-feira, ocorreu isso. Eu estava cansado e ao dizer que ia para casa, pois já havia dado meu horário, falei que não iria fazer entrega, então ele [proprietário] resolveu pagar meu lanche de volta e disse que não pagaria minha taxa extra [R$ 20 reais]”, declarou.
O motoboy resolveu gravar um vídeo diante da situação, em que as imagens mostram o proprietário nervoso e discordando do horário de encerramento do serviço. “Tu tem que falar. Me dá esse sanduíche aqui. Eu vou te pagar e você não aparece mais aqui não”, avisou o patrão.
O que diz o proprietário
Procurado pelo ac24horas, José César Amorim da Rocha, de 53 anos, afirma não ter negado o lanche ao motoboy. Segundo ele, a janta foi dada no início da noite. “Eu tenho motoboy que comprova o que tenho dito. Eu já tinha dado a janta a ele, não tenho direito e obrigação de ter dado de novo. Meu lanche fica [aberto] até às 3 da madrugada. Ru dava R$ 20 pela gasolina, lanche e taxas. No dia do ocorrido, faltando 20 minutos, saiu dois pedidos. A minha esposa fez e ele não quis entregar. Sobre o lanche, ele tinha me pedido, como ele não entregou, eu não dei”, comentou.
O dono da lanchonete contou que o histórico do entregador não era dos melhores. Ele destacou que Taylom teria atitudes desonestas. “Ele já fez confusão outras vezes. Ele tinha modos de passar o valor para conta dele por Pix, eu descontei dele. Tem motoboy direito, mas com ele, para receber era preciso eu pedir o dinheiro. Os outros motoboys são gente boa”, argumentou.
O episódio deverá virar caso de polícia, já que Rocha disse que vai registrar um boletim de ocorrência contra o motoboy por difamação. “Ele está me difamando. Ele vai responder criminalmente. Não tem miséria comigo”.
Sobre as acusações de desonestidade, o motoboy confirmou que recebeu valores em seu Pix em decorrência de problemas na máquina de cartão de crédito. “Ele descontou isso”, destacou.
Manifestação
Revoltados com o ocorrido contra Taylom, os demais motoboys preparam uma manifestação programada para ocorrer às 22h em frente ao Máfia Lanche. Sobre o ato, o jovem se posiciona contrário. “O mal por si só destrói”, afirmou.
Em relação à manifestação, o proprietário disse que no local contará com a presença da Polícia Militar para conter possíveis ‘excessos’.