Em 2021 o Acre exportou US$ 48,838 milhões e importou US$ 3,741 milhões, resultando em um saldo na balança comercial de US$ 45,097 milhões, o que representa novo recorde do seu comércio exterior, superando em 21,8% o então melhor resultado de 2018, que foi de US$ 37,038 milhões.
Vamos iniciar com o artigo de hoje como o primeiro de uma série de quatro, com detalhes sobre o comportamento das transações comerciais do Acre com o exterior no ano passado. Nesse primeiro, vamos destacar dados gerais das transações – principais grupos de produtos, valor dos produtos exportados e importados, principais parceiros comerciais e principais postos alfandegários utilizados nas transações. Nos 3 seguintes vamos destacar detalhes das exportações de nossos principais produtos exportados, a saber: 1) Produtos florestais (madeira e castanha), 2) Produtos da pecuária (bovinos e suínos) e 3) Produtos Agrícolas (Soja e milho). Os dados utilizados são do SISCOMEX do Ministério da Economia, baseados na declaração dos exportadores e importadores.
Os maiores grupos de produtos exportados em 2021 foram: madeira e derivados US$ 16,221 milhões (33,2%), castanha US$ 12,306 milhões (25,2%), soja, milho e derivados US$ 8,132 milhões (16,7%), bovinos e derivados US$ 6,136 milhões (12,6%) e suínos e derivados US$ 2,262 milhões (4,6%). Juntos esses produtos representaram mais de 92% de tudo o que foi exportado pelo Acre em 2021.
No gráfico abaixo, destacamos as exportações em 2021 (US$ 48,838 milhões) em relação às de 2020, que foram 43,8% superiores àquelas ocorridas no ano passado (US$ 2,853 milhões).
Como pode ser observado, as exportações de Madeira e derivados e Castanha do Brasil comandaram as exportações do Acre. Os dois produtos florestais representaram mais de 58% de tudo o que o estado exportou no ano. Em seguida vieram os derivados de Bovinos e Suínos (18%) e a soja, milho e derivados que representaram 17%. Em relação ao ano de 2020, os destaques foram as exportações de castanha, com aumento de 242,3% e as de Soja, milho e derivados que aumentaram 152,4%.
O Acre exportou, em 2021, para 44 países diferentes. Os principais destinos foram os constantes no gráfico ao lado. O principal parceiro foram os Estados Unidos (23,3%), para onde foi principalmente madeiras e derivados, seguidos pelo Peru (17,7%) principal destino da nossa castanha; Hong Kong (11,9%) destino principal das nossas carnes e derivados, principalmente a bovina; Holanda (7,4%) outro destino importante das nossas madeiras e a Bolívia (7,2%), destino principal da nossa carne suína.
As nossas exportações foram realizadas por 12 unidade da Receita Federal do Brasil- RFB responsável pelo local onde as mercadorias foram submetidas ao despacho aduaneiro. O principal porto de exportação da nossa madeira e a nossa soja foi o Porto de Manaus (38,4%). Em seguida, Assis Brasil (18,8%) onde saiu principalmente nossa castanha e o nosso milho. Em terceiro, o Porto de Santos (18,1%) de onde saíram, principalmente, madeira e carne bovina. Em quarto, o Porto de Paranaguá (13,8%), de onde também saíram madeira e carne bovina e, em quinto a alfândega de Epitaciolândia (5,8%), principal local de destino da nossa carne suína.
O total do valor das importações em 2021 é o maior dos últimos 6 anos. Em 2016 o valor total importado pelo Acre foi de US$ 1,746 bilhão, valor 114,3% abaixo do valor obtido em 2021.
Os principais países de origens das importações do Acre em 2021 foram: China (38%), de onde adquirimos pneus, polímeros e aparelhos de ar-condicionado; Vietnã (13%), de onde compramos basicamente pneus novos; Romênia (9%), de onde vieram aparelhos de telefone celular; Bolívia (8%) de onde importamos madeira e castanha; Itália (7%) de onde importamos as armas de fogo; Peru (7%), de onde compramos castanha e Turquia (6%), de onde importamos os produtos tonantes.
Mais de vinte e seis por cento das importações do Acre entraram pelo Porto de Manaus, principalmente os pneus e os aparelhos de ar-condicionado. Por Assis Brasil entraram 17,7% dos produtos, principalmente os polímeros e castanha. Pelo Aeroporto de Guarulhos (11,2%), entraram basicamente vacinas e armas de fogo. Por Viracopos (11%) entraram os aparelhos de telefone celular. Finalmente, por Epitaciolândia (7,7%), entraram castanha e madeira.
Voltaremos no próximo artigo destacando aspectos importantes sobre as exportações acreana dos produtos florestais.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas
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